A escrita como autoformação e resistência: Foucault e Nietzsche e a criação de mundos e histórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Galvão, Bruno Abilio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16780
Resumo: Neste trabalho, foi realizada uma investigação bibliográfica com o objetivo de pensar como Nietzsche e, também, Foucault, pensadores das relações de poder, encontram formas de resistência a determinadas práticas de exercício do poder. Sem entrar no mérito do funcionamento dos dispositivos de poder, compreende-se que seu efeito consiste em normalização dos corpos. Portanto, a resistência deve ser pensada em direção à diferenciação da docilidade. Em nossa interpretação, os referidos filósofos encontram na prática da escrita, caracterizada como experimentação, a possibilidade de desassujeitamento, pois, ao evidenciar para si por meio de uma escrita ontológica os efeitos do poder, efetuam um deslocamento do próprio pensamento. A resistência não funciona de forma individualista, compreendida em nosso texto como prática de si, assim como o poder, articula as subjetividades em redes. Por conseguinte, além de pensar a escrita como prática de autossubjetivação, seguimos também em pensá-la como prática que possui como efeito incitar o leitor a efetuar problematizações e experimentos tal como o escritor. Não se trata de propagar com isso o pensamento filosófico desses filósofos como um dogmatismo, o que seria uma normatização às avessas, mas sim a própria prática do pensamento. Havendo uma tentativa de diferenciação desses autores, é de se esperar que sua estilística filosófica não reproduza as regulações do discurso filosófico tradicional, porque o mesmo está, não em sua totalidade, comprometido com fins epistemológicos apenas. O que se encontra neles é um estilo que, ao mesmo tempo, se assemelha e se afasta da tradição, uma vez que não se trata de uma estratégia puramente conceitual, aproximando-se da experiência estética. A escrita ficcional encontra nesses autores esta função: de produzir um discurso que torne possível o experimento estético capaz de deslocar o leitor, o que se denomina de genealogia. A genealogia enquanto prática de escrita de si é, simultaneamente, uma escrita subversiva, de resistência.