Quando o sambaqui vira shopping center: a produção social do espaço a partir da urbanização turística de Cabo Frio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Louzada, Victor Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19802
Resumo: Os estudos sobre cidades médias apontam que o “fenômeno” shopping center desempenha papel importante no curso de reestruturação desses centros urbanos, ampliando as possibilidades de acumulação de capital a partir da ação de agentes capitalistas em áreas distantes dos grandes centros urbanos. Este cenário implica na constatação da interferência de agentes econômicos que, ao estabelecer parceria com a esfera pública, atuam na reconfiguração urbana das cidades médias a fim de contemplar seus interesses privados por intermédio de políticas públicas que, ao atender as demandas capitalistas, geram um processo conflituoso à medida que permitem o acirramento das mazelas sociais. A presente dissertação tem como objetivo geral analisar em que medida o processo de urbanização da cidade de Cabo Frio, vinculado especialmente a um conjunto de ações que estimularam a prática do turismo, reproduz a lógica do empresariamento urbano e do planejamento estratégico urbano, entendido aqui como modelos de produção do espaço inerente ao modo capitalista de acumulação. Para isso, o estudo debruça-se sobre a construção do Shopping Park Lagos em Cabo Frio, cuja localização foi alvo de contradições e conflitos, pois encontra-se numa área próxima a elementos de interesse ambiental e histórico para o município. Os procedimentos metodológicos contaram com o levantamento de documentos relacionados às políticas, projetos, planos, legislações e intervenções, além de pesquisa quantitativa quanto à origem do público consumidor para aferir o grau abrangência desse empreendimento na dinâmica interna de Cabo Frio e regional. Percebemos que o processo que culminou na implantação do shopping cumpre aspectos do planejamento estratégico urbano, pois opera dentro do escopo de privatização dos espaços públicos que se conjuga com a urbanização turística, pois a presença deste elemento no contexto da região em que Cabo Frio se encontra fornece-lhe maior centralidade e, consequentemente, maior atratividade de capital no contexto da requalificação de cidades.