Uma análise fenomenológica-hermenêutica dos impactos das políticas públicas de prevenção ao suicídio na experiência de luto dos sobreviventes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Susanne Oliveira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21815
Resumo: O presente estudo tem como objetivo investigar os possíveis impactos das postulações feitas pelas atuais políticas públicas de prevenção ao suicídio nas experiências de luto dos sobreviventes a partir da perspectiva e método fenomenológico-hermenêutico. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa dividida em três etapas. Em um primeiro momento realizou-se uma revisão narrativa das cartilhas de prevenção ao suicídio produzidas pelo governo federal nos últimos cinco anos, que evidenciou como as políticas de prevenção têm compreendido este tipo de morte como sendo evitável e tem prescrito o controle, a antecipação e detecção dos sinais e de fatores de risco em um âmbito individual como estratégia de prevenção do suicídio. Além disso, as cartilhas convocam as famílias, amigos, professores e demais pessoas do círculo social a serem agentes da prevenção, situando-os como responsáveis. Neste exercício de reconstrução também buscamos nos debruçar sobre as atuais concepções acerca do luto por suicídio, que nos expôs como o luto tem sido patologizado na contemporaneidade, e que este luto por este tipo de morte é visto como sendo um processo com peculiaridades e de difícil mensuração. Em um segundo momento buscamos nos debruçar sobre as experiências de luto em entrevistas semiestruturadas com cinco sobreviventes. Os relatos colhidos evidenciaram como as experiências têm sido marcadas pela ideia de evitabilidade desta morte a partir da crença na prevenção e ilusão de controle, e diante da morte de alguém querido sentem que falharam, se sentem culpados. Em um terceiro momento, com base na análise dos relatos, buscamos pensar em um modo de compreensão do luto dos sobreviventes afinado à suas experiências de culpa e saudade. A partir das análises deste estudo, percebemos a importância de pensarmos a prevenção ao suicídio de outro modo, que não seja alicerçado no controle e tutela da vida daquele que pensa na morte voluntária, ou seja, uma proposta de prevenção comprometida com a questão dos sobreviventes.