Uma análise dos processos de expansão do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro: remoções e mobilização social nas comunidades pesqueiras circunvizinhas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sousa, Daniel Sant’Ana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22576
Resumo: Em 2013, o processo de privatização do Aeroporto do Galeão, liderado pelo Governo Federal, gerou um relatório no qual colocava uma possível remoção de parte da população residente na Ilha do Governador, mais notadamente na localidade de Tubiacanga, no bairro do Galeão, o que fez eclodir uma mobilização de pessoas contra esse processo. Este fato foi o gatilho da presente tese de doutorado, na qual se debruçou em articular a interdisciplinaridade notória entre as ciências humanas, mais notadamente a Sociologia e a Geografia, quando se relaciona a dimensão da produção do espaço e os interesses que transcendem a materialidade. Ao considerar o território como um conceito que permite entender as diferentes relações de poder e os interesses existentes na construção do espaço geográfico, a presente tese tem por objetivo analisar como cada obra de construção ou ampliação do hoje denominado Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão – Antônio Carlos Jobim incidiu em remoções e realocações de pessoas que residiam em comunidades pesqueiras na Ilha do Governador, próximas ao equipamento aeroportuário, e os movimentos de resistência correlatos que eventualmente surgiram durante esses processos. A pesquisa se ancorou em autores que pudessem aprofundar a discussão sobre os conceitos de movimentos sociais e território, bem como proporcionar a análise de diferentes contextos históricos para buscar um entendimento sobre os diferentes interesses que impactaram a produção do espaço carioca, com foco na Ilha do Governador. Além disso, se baseou em fontes primárias e secundárias, com o destaque para os diversos jornais que circulavam no Rio de Janeiro à época das remoções e presentes nas hemerotecas virtuais públicas e privadas disponíveis. Ao pôr em prática a investigação se atingiu o resultado procurado, aquele que mostra a importância das mobilizações coletivas como forma de defesa de interesses de uma localidade ameaçada por uma iminente remoção, bem como a dimensão do território enquanto um espaço no qual se constrói processos pedagógicos de resistências urbanas. Tubiacanga é o espaço que recebeu as remoções da Flecheiras e Itacolomi decorrentes dos processos de construção e expansão do Aeroporto do Galeão. Isso resultou em uma mobilização dos moradores que acompanharam e/ou que viveram diretamente esse processo de remoções de comunidades pesqueiras circunvizinhas do Galeão. O contexto histórico de remoções no passado somado a um possível novo processo mobilizou os moradores de Tubiacanga a resistir, bem como pensar em ações atuais para obstaculizar o Estado e o capital privado a promoverem futuros métodos para retirar os moradores da área em destaque.