Reflexões acerca da noção de Identidade de gênero: performatividade, ser-aí e subversões
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15036 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão crítica sobre a noção de identidade de gênero como naturalmente dada. Para tanto, nos apropriamos do pensamento da filósofa Judith Butler - especialmente sua compreensão de performatividade e teoria queer -, apontando suas consonâncias com as estruturas básicas do ser-aí humano descritas pelo filósofo Martin Heidegger. Em um segundo momento, aventaremos possibilidades de enfrentamento às restrições, retificações e opressões de gênero. Destarte, este trabalho revela que a noção de performatividade dialoga com o pensamento heideggeriano em sua ontologia fundamental, isto é, com elementos como a indeterminação ontológica originária do existir humano e seu caráter de poder-ser. A intenção não é sustentar que Butler e Heidegger sejam pertencentes a uma mesma escola de pensamento, tomando assim suas diferenças como circunstanciais; porém, as reflexões de tais pensadores se encontram em um mesmo horizonte histórico temporal, fato que torna possível esta aproximação. Uma compreensão fenomenológica hermenêutica permite-nos afirmar que o caráter de poder-ser do ser-aí desconstrói o pressuposto de que somos possuidores de faculdades ou propriedades previamente dadas, constituídas naturalmente de forma independente do lugar e tempo histórico onde o ser-aí emerge. Ora, o existente humano não pode ser tomado ao modo de algo simplesmente dado, porquanto nosso caráter de poder-ser já está sempre sendo, atuando, performando o ser que nós somos. Este trabalho se justifica em um cenário nacional extremamente conservador, reacionário, fundamentalista e intolerante que afeta diretamente, de modo violento e opressor, a população LGBT; cenário onde, inclusive, se faz presente a atuação de psicólogos que defendem a realização da chamada cura gay , ou seja, psicólogos que pedem o direito de poder tratar como doença indivíduos que se identificam como homossexuais. Finalmente, serão apontados modos factíveis do ser-aí quebrar os grilhões identitários da existência; moções concretas de luta, resistência e subversão para o enfrentamento aos enquadramentos e opressões identitárias no cotidiano. Atitudes que abalam a estrutura binária e heteronormativa determinante e retificadora das identidades de gênero. Dentre os tais modos, o que há em comum a todos é a possibilidade de retomada de si mesmo, oriunda do processo de singularização do ser-aí que pode se dar na própria vida e, especialmente, na clínica psicológica de caráter fenomenológico hermenêutico |