“Ribeirão das Trevas”? O skate dando um ollie nas narrativas dominantes sobre a cidade de Ribeirão das Neves / MG
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18067 |
Resumo: | Ribeirão das Neves é uma cidade mineira com cerca de 334 mil habitantes e 60% da população autodeclarada negra. Idealizada para ser a cidade-dormitório dos mais pobres que migraram em busca de trabalho quando Belo Horizonte tornou-se a capital do estado de Minas Gerais, Neves, como é mais conhecida, tornou-se também a cidade das penitenciárias. Num total de seis cadeias, inclui a primeira com gestão público-privada do Brasil e a primeira penitenciária modelo do país, inaugurada por Getúlio Vargas quando este era presidente. Constantemente alvo de notícias sobre violência e pobreza, a cidade também ficou conhecida pelo trocadilho “Ribeirão das Trevas” publicado no Diário Oficial do Estado e no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Essa descrição pejorativa se tornou uma narrativa oficializada sobre o município e se impõe como uma barreira aos moradores da cidade, que sofrem com a estigmatização e exclusão social que ela acarreta. No entanto, a cidade destinada pelo poder público a ser sempre a mesma, abriga outras narrativas criadas, por exemplo, por um coletivo de skatistas negros educadores: a Just Crew Skateboard. Que não apenas ocupou o coreto da Praça e a transformou em pista, mas que há 20 anos capacita os jovens nesta prática esportiva os ensinando a construir seus próprios skates e obstáculos, e reconstruir suas identidades por meio da experiência da amizade, dando um ollie sobre as narrativas dominantes sobre si e sua cidade. Eles se tornaram educadores uns dos outros, da população e da cidade, ensinando olhares de luz em vez de trevas, e construindo outras possibilidades narrativas para Ribeirão das Neves, diferentes da história única oficial. Esta dissertação de mestrado tem auxílio da bolsa CAPES e objetiva analisar como os jovens skatistas de Neves estão superando a narrativa das “trevas” e se tornando, à luz das leituras de Nilma Lino Gomes, um movimento skatista educador. Utilizando como metodologia a Etnografia da Imagem como Simpatia, investiga-se como eles contestam o estigma da cidade apresentando uma narrativa que valoriza a vida e as sociabilidades. |