Efeito do ATL-1, um análogo sintético de 15-epi-Lipoxina A4, em células endoteliais moduladas pela interação com células de melanoma humano
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16200 |
Resumo: | Tumores surgem a partir de um distúrbio patológico caracterizado pela proliferação celular excessiva, e se sustentam pela criação de um microambiente favorável. O melanoma é um tumor altamente metastático originado a partir de melanócitos. A angiogênese é necessária para o crescimento de tumores e metástases. O fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) é o principal agente pró-angiogênico e permeabilizante. O microambiente tumoral apresenta características de uma inflamação crônica com a presença de uma matriz extracelular (MEC) ativada. As lipoxinas (LX) e 15-epi-LX são lipídeos com potentes efeitos anti-inflamatórios e antiangiogênicos em diferentes modelos in vivo e in vitro. Contudo, seus efeitos nas células endoteliais (CE) em um microambiente tumoral são desconhecidos. No presente estudo foi investigada a modulação de CE pelo ATL-1, um análogo sintético de 15-epi-LX, em um modelo que mimetiza o microambiente tumoral. Inicialmente, foi caracterizado o efeito inibitório do ATL-1 sobre a permeabilidade endotelial induzida pelo VEGF. Este efeito ocorre por meio de mecanismos relacionados à estabilização de VE-caderina e redução da translocação nuclear de β-catenina. Além disso, em ensaios de co-cultura, o pré-tratamento da CE primária (HUVEC) com ATL-1 reduziu a migração transendotelial de células de melanoma altamente metastáticas (MV3), mas não a migração de melanócitos normais (NGM). A secreção de VEGF em HUVEC, NGM e MV3 foi determinada por ELISA. A MV3 secreta grandes quantidades de VEGF de maneira tempo-dependente e o ATL-1 não alterou esta ação. A correlação entre a eficiência da MV3 em atravessar a monocamada endotelial e o acúmulo de VEGF foi feita em ensaio onde a monocamada endotelial foi estimulada com uma concentração de VEGF exógeno, em níveis comparáveis aos secretados pelas células MV3. Neste ensaio, observamos o aumento na migração de ambas as linhagens, MV3 e NGM. O ATL-1 inibiu a passagem de ambas as células. A influência do estroma alterado sobre o endotélio também foi avaliada utilizando a MEC extraída de melanoma. A matriz tumoral suporta o crescimento endotelial tornando a monocamada mais permeável, com níveis de expressão genética aumentada do principal receptor do VEGF, o VEGFR-2, bem como da citocina pró-angiogênica IL-8 e seu receptor, o CXCR-2. Além disso, a MEC tumoral induziu no endotélio um perfil inflamado, caracterizado pela produção de óxido nítrico e pela expressão gênica e proteica da molécula de adesão VCAM-1, que foi acompanhada pela maior adesão de mononucleares ativados. Estas ações foram inibidas pelo tratamento das CE com o ATL-1, assim como a maior capacidade tubulogênica apresentada pelo endotélio em contato com a matriz. Estes resultados sugerem uma intrínseca relação entre o endotélio e a MEC tumoral e sua importância na progressão e metástase do melanoma. Além disso, neste cenário, o ATL-1 surge como uma poderosa ferramenta anti-inflamatória e antimetastática. |