Movimentos sociais e democracia radical: analisando possíveis articulações em busca de um projeto hegemônico de esquerda
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Direito |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/9350 |
Resumo: | Esta tese apresenta, como fundamento teórico, o modelo radical de democracia desenvolvido pela belga Chantal Mouffe e pelo argentino Ernesto Laclau. Neste modelo, os referidos autores defendem a criação de um novo projeto político hegemônico de esquerda, fundamentado na articulação entre os chamados novos movimentos sociais, que lutam contra as diferentes formas de opressão que caracterizam a contemporaneidade. A democracia radical, portanto, é aquela em que os tradicionais movimentos sociais de combate aos efeitos prejudiciais do capitalismo conseguem se articular com os novos movimentos de combate à opressão de gênero, racial ou de orientação sexual, através do chamado princípio de equivalência democrática. Porém, Mouffe e Laclau, ressaltam que a equivalência democrática requer a formação de uma verdadeira vontade coletiva entre os movimentos sociais que participam da articulação, pois é apenas através dela que será simbolizada a identidade popular que pode garantir a conquista da hegemonia política aos grupos articulados. A partir deste referencial teórico, foi feita uma análise sobre o processo de articulação entre os movimentos sociais brasileiros. O objetivo era investigar se, no Brasil, os movimentos sociais de combate à opressão econômica e social conseguem estabelecer uma equivalência democrática com os movimentos de combate à opressão identitária. De forma mais específica, a tese investigou, empiricamente, se os elementos que constituem a vontade coletiva estão presentes na articulação entre esses movimentos sociais. Para atingir este objetivo, realizouse uma pesquisa de caráter qualitativo, fundamentada estrategicamente na análise de um estudo de caso, qual seja, a articulação entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), principal movimento social brasileiro e com sólida tradição na luta por reforma agrária, e os movimentos feministas e LGBT, que possuem uma natureza primordialmente não econômica, mas sim identitária. Os métodos utilizados para a obtenção dos dados foram a análise documental e a realização de entrevistas semi-estruturadas com algumas lideranças nacionais representativas dos referidos movimentos. Após a interpretação dos dados obtidos, verificou-se que o MST e os movimentos identitários não conseguiram, até o momento, estabelecer uma equivalência democrática nos moldes defendidos por Mouffe e Laclau, uma vez que não conseguiram formar entre eles, uma vontade coletiva. |