Comunidade de anfíbios anuros na Mata Atlântica da Reserva Natural Salto Morato, Paraná, sul do Brasil: diversidade, distribuição altitudinal e conservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pereira, Manuela dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4944
Resumo: Este estudo aborda a composição e a variação espacial da comunidade de anfíbios anuros ao longo de um gradiente altitudinal desde os 25 até os 918 m acima do nível do mar (m anm), na Reserva Natural Salto Morato (RNSM), Paraná, sul do Brasil. Para a coleta dos anuros a metodologia empregada foi de transectos com procura ativa. Um total de 41 espécies de anuros foi registrada em Salto Morato no presente estudo. A família mais representativa foi a Hylidae (15 espécies, 36,6% do total), seguida por Brachycephalidae (oito espécies, 19,5%) eBufonidae e Leptodactylidae (cinco espécies cada, 12,2% cada). Considerando outros estudos prévios realizados na RNSM os dados indicam que, atualmente, 54 espécies de anuros são registradas como ocorrendo na área, sendo a maioria destas, endêmicas da Mata Atlântica (94,4% do total). Esta riqueza de espécies em Salto Morato, corresponde a 36,5% do total de 148 espécies de anuros registradas para ocorrer no estado do Paraná, através do levantamento dos estudos realizados no Estado, pela presente tese. Os anuros Ischnocnema sambaqui, Cycloramphus mirandaribeiroi e Brachycephalus tridactylus são endêmicos do estado do Paraná, sendo esta última espécie um micro-endêmico da RNSM, encontrado somente na porção mais elevada da Reserva (de 800 a 930 m anm). Nenhuma espécie de anuro registrada na RNSM consta listada como ameaçada de extinção nas listas vermelhas (estadual, brasileira e mundial). No entanto, quatro espécies de anuros (Ischnocnema sambaqui, Cycloramphus mirandaribeiroi, Cycloramphus asper, Gastrotheca microdiscus e Hylodes heyeri), são categorizadas como Dados Deficientes (DD). A riqueza empírica de anuros apresentou um decréscimo linear conforme aumentou a altitude na RNSM e os maiores valores de riqueza foram registrados nas altitudes mais baixas até 100 m anm (n = 24), diminuindo até a região do cume da RNSM nos 918 m anm (n = 13), especialmente com um declínio considerável entre 101-200 m anm (n = 14) e um aumento de riqueza entre 501-600 m anm (n = 20). A altitude (refletindo os parâmetros ambientais), a área, os ecótonos (entre as diferentes formações vegetacionais) e o efeito Rapoport explicaram a riqueza e a composição de espécies de anuros ao longo do gradiente altitudinal na RNSM. Por outro lado, o Efeito do Domínio Médio não explicou a riqueza de espécies de anuros na Reserva, ou seja, não houve uma maior riqueza de espécies em altitudes intermediárias pelo aumento na sobreposição da distribuição das espécies de anuros. A elevada riqueza de anuros na RNSM, combinada às altas taxas de endemismos registradas e, ainda, à presença de populações de espécies para as quais os dados atualmente disponíveis não permitiram definir o seu status de conservação, reforça a importância da RNSM para a conservação e para a manutenção das populações e comunidades de anuros do bioma Mata Atlântica