A presença do familiar acompanhante durante os procedimentos invasivos realizados na criança em unidade de terapia intensiva: contribuição para a enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cardoso, Juliana Maria Rêgo Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18987
Resumo: Pensar na criança internada em cuidados intensivos é refletir para além do contexto da gravidade clínica, dos procedimentos invasivos rotineiros e da verificação intermitente dos sinais vitais. Cabe valorizar a importância do familiar acompanhante junto a ela em todos os momentos, entendendo a família como uma estrutura indissociável. Nesse contexto, a criança precisa das pessoas significativas ao seu lado, mas é comum a solicitação para que o familiar acompanhante se retire durante a execução de algum procedimento técnico realizado pelos profissionais de saúde junto à criança. Diante do exposto, foram delimitados os seguintes objetivos: conhecer a atuação do enfermeiro quanto à presença do familiar acompanhante junto à criança durante a realização de procedimentos invasivos na unidade de terapia intensiva (UTI); e interpretar a atuação do enfermeiro e as relações de poder envolvidas na tomada de decisão quanto à presença do familiar acompanhante junto à criança durante a realização de procedimentos invasivos na UTI. Método: pesquisa qualitativa, descritivo-exploratória, com 19 enfermeiros de duas unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP) localizadas no Município do Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada através de entrevista semiestruturada, de maio a julho de 2019. A pesquisa foi aprovada pelos comitês de ética com os pareceres n. 3.383.388 e n. 3371.533. Resultados: a análise do material empírico foi realizada através do software Iramuteq. O corpus textual foi processado pelo software, organizando a Classificação Hierárquica Descendente (CHD) em 5 classes. Na análise lexical, as classes 2, 4 e 5 se referem ao querer do enfermeiro e do familiar acompanhante na UTIP; às falas que fundamentam a decisão pela não presença do familiar durante a realização de procedimentos invasivos; e ao afastamento do familiar acompanhante como estratégia de poder. As classes 3 e 1 versam sobre as relações enfermeiro/familiar e orientações como estratégia para o esclarecimento de dúvidas. Muitas foram as razões elencadas pelos enfermeiros para justificar a não presença do familiar junto à criança durante a realização de algum procedimento invasivo, como: as características comportamentais do familiar/criança; normas e regras balizadas nas instituições-cenário desse estudo; e o próprio não querer dos enfermeiros entrevistados. Conclui-se que os enfermeiros, no contexto da UTIP, ainda não instituem a presença do familiar junto à criança durante a realização de procedimentos invasivos como parte de sua prática assistencial. Nessas justificativas, estão representadas as relações de poder enfermeiro/familiar e o poder como necessidade de controle, configurando, assim, o cotidiano quanto à presença do familiar junto à criança na realização de procedimentos invasivos na UTIP. Portanto, o enfermeiro constrói um poder exercido, seja interditando ou excluindo o familiar na vigência de um procedimento invasivo.