Efeito do consumo da dieta ocidental sobre o metabolismo energético cardíaco em camundongos Swiss

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Neves, Fabiana Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12569
Resumo: A obesidade, doença resultante do acúmulo excessivo de gordura corporal, é importante fator de risco para diabetes mellitus tipo 2, dislipidemias e doenças cardiovasculares, doenças de alta prevalência no mundo. O processo de transição nutricional decorrente da urbanização contribuiu para o crescente número de indivíduos com obesidade, principalmente pela modificação nos hábitos alimentares da população, com inclusão de produtos industrializados, ricos em gordura saturada, sal e açúcar, denominada dieta ocidental. Os mecanismos pelos quais a obesidade induzida por dieta leva ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares não estão completamente esclarecidos, porém sabe-se que a obesidade leva ao comprometimento da função cardíaca e metabolismo energético, aumentando a morbidade e mortalidade. Na maioria dos estudos sobre obesidade, o metabolismo energético celular comprometido associa-se à disfunção mitocondrial. Neste contexto, torna-se importante avaliar o efeito da obesidade induzida por dieta ocidental sobre o metabolismo energético cardíaco. No presente estudo, avaliamos em camundongos Swiss, o efeito da dieta ocidental pelos períodos de 1, 2, 6, 10 e 16 semanas após o desmame. Para tal, analisamos parâmetros biométricos, ingestão alimentar, bioquímica plasmática, tolerância à glicose, consumo de oxigênio mitocondrial das fibras cardíacas frente aos substratos para carboidratos (CHO) e ácidos graxos (AG), produção de ATP cardíaco, conteúdo das proteínas envolvidas no metabolismo energético: CPT1, UCP2, PGC-1α, GLUT1, GLUT4, IRβ, PI3K, IRS-1, AMPK, pAMPK, FABPpm, CD36 e os complexos mitocondriais I-V, além da expressão gênica das proteínas: CPT1, UCP2, UCP3, GLUT4, PPAR-α e MHC-β, histologia do coração e do fígado. As diferenças entre os grupos foram analisadas por Two-way ANOVA, com significância p<0,05. Com 1 semana, o GO apresentou redução da oxidação e RCR para CHO com aumento de mRNA CPT-1. Após 2 semanas observou-se, redução da oxidação e RCR para AG, e do conteúdo de ATP cardíaco, IRS-1 e mRNA UCP2 e 3, aumento da glicemia de jejum, HOMA-IR, colesterol total, conteúdo de CPT-1 e FABPpm. O GO alimentado por 6 semanas apresentou aumento da ingestão calórica, gordura epididimal (GE), glicemia de jejum, HOMA-IR e mRNA MHC-β. Diminuição da tolerância à glicose, dos conteúdos de GLUT4 FM, IRS-1 e PI3K. Com 10 e 16 semanas, houve aumento no GO da massa corporal, das gorduras GE e retroperitoneal, peso do fígado e estimativa para esteatose hepática, peso do VE e da razão VE/CT, colesterol total e triglicerídeos, glicemia e insulina de jejum, HOMA-IR e mRNA MHC-β. Redução da oxidação e RCR de CHO e AG, conteúdo de ATP cardíaco, da tolerância à glicose, dos conteúdos de GLUT4 FM, IRS-1, PI3K, FABPpm, mRNA das proteínas PPAR-α, UCP2 e 3. O acúmulo ectópico de gordura no fígado e desorganização e fibrose dos cardiomiócitos foi observado no GO a partir de 2 semanas. Aumento da razão pAMPK/AMPK, somente com 10 semanas. Aumento do índice de Lee e menor conteúdo de PGC-1α, CD36 e mRNA GLUT4 apenas com 16 semanas de dieta. Com base nestes resultados, sugerimos que o consumo da dieta ocidental à curto prazo altera o metabolismo energético cardíaco, tendo como consequência à longo prazo o estabelecimento da obesidade.