Avaliação de risco ecológico em área alagada contaminada por gasolina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mendes, Maíra Peixoto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Engenharia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11037
Resumo: Benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno (BTEX), principais componentes da gasolina, são comumente encontrados em solos e águas subterrâneas contaminados em função de acidentes em dutos de transporte ou tanques de armazenamento. A Avaliação de Risco Ecológico (ARE) é uma importante ferramenta para o gerenciamento de áreas contaminadas pois inclui a identificação dos efeitos adversos dos contaminantes ao ambiente. O objetivo do presente estudo foi desenvolver um esquema de ARE englobando os compartimentos ambientais água superficial, sedimentos e água subterrânea, em uma área de alagamento intermitente, atingida pelo derrame acidental de gasolina. O esquema foi baseado na Metodologia Tríade que inclui a integração dos resultados das linhas de evidência (LoE) química, ecotoxicológica e ecológica, para a estimativa do Risco Ambiental (RIAmb). Foram selecionados 9 pontos de água superficial e sedimentos dentro da área alagada; o 10º ponto foi considerado referência de área não afetada pela contaminação. Para a água subterrânea, 8 poços de monitoramento foram selecionados e um 9º poço foi considerado como referência. Quatro campanhas foram realizadas, em dezembro de 2012, julho e outubro de 2014 e fevereiro de 2015. A LoE química contou com resultados das análises de metais, BTEX e naftaleno; a LoE ecotoxicológica com bioensaios agudos (Aliivibrio fischeri, Hyalella azteca eDaphnia similis) e crônicos (Artemia salina, Desmodesmus subspicatus e D. similis). Em amostras de água, para a construção da LoE ecológica, utilizou-se biomarcadores de desregulação endócrina e de genotoxicidade em Oreochromis niloticus (Tilápia-do-Nilo) e, em sedimentos, o potencial de biodegradação de petróleo pela microbiota autóctone. Os resultados da LoE química indicaram que o nível de risco associado à contaminação por gasolina foi reduzido de maneira acentuada na água superficial e nos sedimentos da área alagada entre 2012 e 2015. A água subterrânea, no entanto, revelou-se como o compartimento ambiental mais afetado pelo acidente, exibindo fase livre de gasolina, elevadas concentrações de BTEX e naftaleno, o que manteve o nível do risco químico extremo. Os processos de volatilização durante a manipulação de amostras e ao logo do ensaio foram responsáveis pela subestimativa das concentrações de contaminantes às quais os organismos são expostos. Os resultados dos bioensaios agudos e crônicos da LoE ecotoxicológica indicaram redução no nível de risco na água superficial e nos sedimentos entre 2012 e 2015. Para água subterrânea (cuja realização de ensaios ecotoxicológicos é justificada ao longo do trabalho), o nível de risco ecotoxicológico apresentou redução inferior a 10%, mantendo-se extremo. O resultado dos ensaios com biomarcadores indicou efeitos de desregulação endócrina e de genotoxicidade em O. niloticus expostos às amostras de água superficial e subterrânea, em todas as campanhas, inclusive nos pontos/poços considerados referências de área não contaminada. Em 2015, mesmo na ausência dos contaminantes de interesse em valores acima dos limites de detecção, o nível de risco ecológico pouco variou para a água superficial. Houve aumento do risco ecológico em 35% para a água subterrânea. O resultado dos ensaios com a microbiota degradadora de petróleo sugere baixo potencial de biorremediação da área alagada. De maneira geral, o RIAmb da água superficial e dos sedimentos manteve-se moderado/ausente. Entretanto, o resultado das três LoEs com água subterrânea apontam para nível de risco extremo, indicando a necessidade de medidas urgentes de remediação.