O cotidiano da libertinagem: discursos e práticas sobre a religião no mundo luso-brasileiro no final do século XVIII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nunes, Rossana Agostinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17828
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a extensão e o significado político-religioso dos discursos libertinos proferidos no mundo luso-brasileiro no final do século XVIII. Naquele contexto, o termo libertino foi empregado, quase sempre pejorativamente, para classificar falas e práticas que promoviam – ou simplesmente eram capazes de promover – rupturas em relação aos dogmas, às disciplinas e/ou à autoridade da Igreja Católica, a única considerada válida. Seus porta-vozes foram associados à ausência de fé e respeito às coisas sagradas e, enquanto tais, perseguidos pelos órgãos responsáveis pelo sistema de censura, pela Inquisição e pela Intendência Geral de Polícia. Porém, a repressão conferiu àquelas falas uma capa homogeneizadora ao qualificá-las, indistintamente, como libertinas e associá-las à irreligiosidade. Por trás daquele epíteto, residiam mensagens distintas e com implicações diversas. Pouco estudado pelos historiadores, os discursos libertinos enunciados em terras lusas conduzem a um cenário de efervescência política e doutrinal, permeado por reconfigurações das redes de poder e alterações no campo das ideias, inclusive, teológicas. Deste modo, o tema da libertinagem nada mais é do que uma porta de entrada para discussões maiores e mais profundas que consumiram aquela realidade. Discussões religiosas, mas igualmente políticas e que ajudam a compreender melhor as especificidades dos debates que marcaram o contexto político e cultural luso-brasileiro de finais do Setecentos