Investigação do perfil de macrófagos M1 e M2 e de citocinas em modelos experimentais da doença pulmonar obstrutiva crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Meira, Camila Oliveira da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17639
Resumo: Os macrófagos alveolares se diferenciam à partir de monócitos circulantes e desempenham um papel central na patogênese da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), sendo apontados como alvos terapêuticos. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil de macrófagos M1 e M2 e de citocinas em modelos experimentais de DPOC. Para alcançar tal objetivo, nós avaliamos o efeito da fumaça do cigarro (FC) em monócitos da medula óssea e circulantes e em macrófagos pulmonares de camundongos. Além disso, investigamos o perfil de macrófagos humanos após a exposição ao extrato da fumaça do cigarro (EFC) e analisamos o perfil de monócitos de pacientes com DPOC. Camundongos machos (C57BL/6, n = 54) foram expostos a 12 cigarros Marlboro por 5, 14 e 30 dias. Os monócitos do sangue periférico humano foram obtidos a partir da centrifugação por um gradiente de ficoll e diferenciados em macrófagos após a incubação com GM-CSF por sete dias. Os monócitos dos pacientes com DPOC e controles também foram obtidos a partir da centrifugação por um gradiente de ficoll. Camundongos expostos à FC por 5 dias aumentaram o número de neutrófilos e macrófagos no pulmão, associado a níveis aumentados da quimiocina derivada de queratinócitos (KC), fator de necrose tumoral-α (TNF-α), óxido nítrico (NO) e metaloproteinase de matriz (MMP) -12. Após 14 dias de exposição à FC, o recrutamento de neutrófilos e produção de citocinas foram reduzidos e, após30 dias de exposição à FC, houve um aumento no número de macrófagos alveolares e maior liberação do fator de transformação do crescimento-β (TGF-β). A FC induziu um aumento de monócitos Ly6Clow tanto na medula óssea, quanto na circulação. Os macrófagos humanos derivados de monócitos (MDM) foram expostos ao EFC em diferentes concentrações (2% a 10 %) isoladamente ou associados ao LPS (0,1 μg/mL) e ou (IL-4 10 ng/mL) durante 24h. Em seguida, o perfil de citocinas foi avaliado por ELISA. A exposição ao EFC aumentou a liberação de IL-8/CXCL8 de modo dose-dependente, mas apenas o EFC a 4% foi capaz de aumentar a liberação de MDC/CCL22 e a expressão de MMP-12. A associação do EFC 4% ao LPS aumento a liberação de IL-8/CXCL8 e reduziu a produção de IL-6 e Gro-α/CXCL1 nos macrófagos, quando comparado ao grupo LPS. Avaliamos também, o envolvimento da Janus kinase 2 (JAK) na produção de IL-8/CXCL8 induzida pelo EFC 4%. Nossos resultados mostraram que o inibidor da JAK 2 (tyrphostin AG 490) diminuiu a liberação de IL-8/CXCL8 induzida pelo EFC 4%. A partir dos resultados obtidos nos modelos in vitro e in vivo, utilizamos monócitos de pacientes com DPOC para confirmação dos dados. Observamos um aumento no número monócitos intermediários, uma maior liberação de TARC/CCL17 e MDC/CCL22 e, uma diminuição na produção de IL-8/CXCL8 e Gro-α/CXCL1 em pacientes com DPOC quando comparados a doadores saudáveis. A partir dos resultados obtidos, afirmamos que, inicialmente, a FC induz uma resposta pró-inflamatória contudo, ao longo da exposição, a FC é capaz de alterar o perfil de citocinas secretadas, favorecendo um perfil semelhante ao de macrófagos M2