Uma cidade pitoresca? A representação visual dos negros e da capital do império do Brasil nos álbuns de viagem (1845-1861)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Coutinho, Leila Cristina Gibin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16698
Resumo: O presente trabalho tem como principal objetivo analisar a imagem dos negros na capital imperial a partir de quatro álbuns de viagem feitos por artistas viajantes europeus. Para isso foram selecionados os seguintes álbuns: Rio de Janeiro pitoresco (1842-1845), de Louis Auguste Moreau e Louis Buvelot, Panorama de la ville de Rio de Janeiro (1845), de Iluchar Desmons, Rio de Janeiro e seus arrabaldes (1856), de Pieter Godfre Bertichen e Brasil pitoresco, de Victor Frond e Charles Ribeyrolles (1861). Nesses álbuns, até os anos 1850 a imagem do negro era farta, depois disso, passou a ser escassa, tornando a apresentação da capital imperial mais moderna e civilizada – ou seja, mais europeia, como definido por Celeste Zenha. Isso se deveu a dois motivos: a ascensão dos saquaremas ao poder e a proclamação da lei de 1850, Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravizados. Nos álbuns, procurou-se arrolar variados aspectos da percepção que os artistas imprimiram sobre negros e negras, como: vestuário, atividades de trabalho, festividades, castigos, presença de laços familiares, hierarquizações. Ademais, pretende-se compreender o que tais aspectos significavam para a representação da cidade do Rio de Janeiro, bem como analisar em quais locais os negros foram representados e em quais situações. Com tais objetivos, a proposta dessa dissertação coaduna com os estudos da Cultura Visual, de maneira a pensar a produção da imagem a partir de sua própria época. Soma-se o conceito de representação, conforme dito por Roger Chartier, considerando a imagem não como uma representação do real, mas como um campo de disputas sociais.