Autismo como transtorno da memória pragmática: teses cognitivistas e fenomenológicas à luz da filosofia de Henri Bergson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Lima, Rossano Cabral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4805
Resumo: O autismo é um transtorno psiquiátrico de instalação precoce descrito pela primeira vez por Leo Kanner, em 1943. Por cerca de duas décadas, a concepção psicanalítica do quadro foi dominante na literatura médico-psicológica internacional. A partir dos anos 1960 e 1970, entretanto, as teses de viés cognitivo e cerebral começam a ganhar destaque, até se tornarem hegemônicas com o advento dos anos 1980. Este estudo tem como objetivo inicial mostrar como se deu esse deslocamento interno na conceituação sobre a natureza do autismo, no período situado entre 1943 e 1983, por meio de pesquisa bibliográfica em fontes primárias em língua inglesa. Num segundo momento, o trabalho descreve as principais teorias cognitivas sobre o tema, com foco na teoria da mente , apresentando as críticas feitas ao cognitivismo por autores do campo da fenomenologia, assim como as hipóteses fenomenológicas a respeito do autismo. Por fim, tomando como referencial teórico a filosofia de Henri Bergson, o autismo é descrito como transtorno da memória pragmática, ou seja, como um prejuízo precoce na ligação entre a memória e a ação corporal. Sem a âncora pragmática, não há a possibilidade do uso das marcas das experiências passadas para esclarecer a situação atual, resultando daí os prejuízos autistas na criatividade, na construção da identidade pessoal e na intersubjetividade. Esta tese contribui para a ampliação das pesquisas sobre o autismo, servindo de alternativa à visão cognitivista modular e computacional e permitindo a valorização do papel do corpo e do cérebro sem recair no reducionismo fisicalista