A construção da ordem política como processo de longa duração: estados pós-coloniais e desenvolvimento desigual na América Latina (c.1770-1945)
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciência Política |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16381 |
Resumo: | Este trabalho pretende rediscutir a formação histórica dos estados modernos na América Latina, mobilizando uma crítica ao eurocentrismo como plataforma de reconstrução conceitual. O argumento principal é que a autoconstrução institucional desses estados foi propulsionada por um dínamo causal que conectava o alargamento do ciclo extrativo-coercitivo às oportunidades fiscais do ciclo sistêmico liderado pela industrialização britânica no “longo século XIX”. Durante a Era das Revoluções (1770-1840), que marca o arranque do ciclo, a crise dos impérios ibéricos produziu uma abertura do horizonte de possibilidades. No contexto das independências, a disputa por imaginários incompatíveis de ordem política se combinou com uma tendência à proliferação de reivindicações autonômicas de províncias, regiões e cidades. Diante disso, a reciprocidade formada entre estadistas e capitalistas teve como subproduto um processo longo de desencaixe desses espaços locais, cada vez mais subordinados às injunções de um liberalismo hegemônico. Nesse sentido, a nacionalização da disputa política é também um fechamento do horizonte de possíveis abertos no ciclo das independências. A tese desenvolve três estudos de caso para projetar empiricamente essa explicação em trajetórias particulares. Através do percurso, a tese rejeita a hipótese de replicação, na qual os estados latino-americanos são considerados unidades analiticamente equivalentes e independentes do processo que ocorreu na Europa. A contrapartida é partir das conexões mundiais que envolvem Europa e América Latina no mesmo processo de expansão, embora desigual, do sistema interestatal moderno. A crítica ao eurocentrismo, nesse sentido, é encaminhada como uma reconstrução conceitual que traga ao primeiro plano a dimensão imperial da política moderna e o desenvolvimento desigual da economia mundial capitalista. |