Hegemonia financeira na era digital: o grupo empresarial XP no contexto de transição global

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Brancher, Pedro Txai Leal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17498
Resumo: A tese analisa como agentes do mercado financeiro constroem hegemonia na Era Digital. Argumenta-se que o núcleo da haute finance na Era Digital pode ser estudado a partir da triangulação entre os fluxos de liquidez, informação e proteção que permeiam as relações entre instituições financeiras, as Cinco Grandes corporações globais plataformizadas e o aparato estatal dos Estados Unidos. A partir deste centro de gravidade, agentes do mercado financeiro operam como uma rede transnacional, forjando alianças e mobilizando capacidades para influenciar nos resultados políticos de diferentes países. Para analisar a pertinência da hipótese de trabalho, efetua-se cinco procedimentos. Primeiro, especifica-se um arcabouço conceitual sobre os mecanismos políticos, ideológicos, econômicos e tecnológicos que permeiam o fenômeno da hegemonia financeira nos níveis de análise nacional e internacional. Segundo, operacionaliza-se o modelo especificado através da delimitação das relações entre haute finance, elites estatais e contexto tecnológico ao longo dos ciclos de hegemonia do sistema-mundo. Terceiro, analisa-se os desafios que a transição sistêmica contemporânea impõe para a reprodução da hegemonia financeira, bem como as oportunidades que a mesma apresenta para os países semiperiféricos. Quarto, analisa-se as interações entre os mecanismos políticos, econômicos e ideológicos que permearam o processo de financeirização no Brasil entre 1981 e 2018. Quinto, realiza-se estudo de caso sobre a trajetória de constituição, a ecologia organizacional e as modalidades de ação política do Grupo Financeiro Transnacional XP. Ao final, sintetiza-se os argumentos desenvolvidos, indica-se as implicações teóricas e normativas dos resultados da investigação, bem como apresenta-se sugestões para a continuidade da agenda de pesquisa. Do ponto de vista metodológico, o trabalho fundamentase na revisão de literatura, rastreamento de processo histórico, estatística descritiva e análise crítica de conteúdo de documentos oficiais, notícias de jornais, performances disponíveis na Internet, anúncios publicitários e entrevistas semiestruturadas com base no referencial da hermenêutica de profundidade. Teoricamente, a tese contribui para o robustecimento de um campo de estudos multidisciplinar sobre as formas pelas quais agentes do mercado financeiro tentam construir hegemonia na Era Digital. Do ponto de vista social, pretende-se colaborar para o avanço do debate sobre os potenciais que as tecnologias da segunda onda de inovações da Era Digital possuem para ancorar um projeto de desenvolvimento nacional que seja socialmente justo, institucionalmente criativo e ambientalmente sustentável.