Ambiente alimentar hospitalar: desenvolvimento e avaliação de confiabilidade de um instrumento na rede pública de uma metrópole brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Messias, Giselle Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17167
Resumo: Ainda que muitos estudos sobre ambientes alimentares venham sendo realizados, poucos avaliaram o ambiente alimentar hospitalar e apenas um instrumento desenvolvido nos Estados Unidos para essa finalidade teve sua reprodutibilidade analisada. No Brasil, apesar do elevado número de funcionários que trabalham em hospitais, não existe um instrumento para avaliar o ambiente alimentar dessas instituições. Os objetivos desse trabalho foram desenvolver modelo teórico sobre o ambiente alimentar hospitalar, desenvolver um instrumento para a avaliação desse ambiente e avaliar a sua reprodutibilidade. Para a construção do modelo teórico e do instrumento, dois quadros com as definições das dimensões e itens adotados foram elaborados, após ampla revisão bibliográfica. Ao todo, 11 especialistas opinaram sobre esses materiais em uma oficina. Ajustes no modelo teórico e no instrumento foram feitos baseados nas sugestões dos especialistas. Foi então realizado o pré-teste do instrumento. Foram estudados 24 hospitais municipais do Rio de Janeiro, uma amostra de conveniência de funcionários desses hospitais (n=107) e um chefe de nutrição de cada hospital (n=23). A reprodutibilidade do instrumento foi avaliada pelos testes interobservador e intraobservador. A sua estabilidade foi estimada pelo cálculo da concordância percentual (CP) e dos índices kappa (k), kappa ajustado (PABAK) pela prevalência e pelo viés do entrevistador e kappa ponderado (kw), para as variáveis categóricas e as de contagem. Para as variáveis contínuas, foi calculado o Índice de Correlação Intraclasse (ICC). A versão final do modelo teórico contempla os âmbitos institucional e dos estabelecimentos, o nível decisional e o entorno dos hospitais. Esses âmbitos abarcam as dimensões disponibilidade, acessibilidade física, acessibilidade financeira, comodidade/conveniência, informação nutricional, propagandas, ambiência e infraestrutura para alimentação. Na versão final do instrumento, o primeiro bloco consiste de um checklist para a avaliação das características do hospital, infraestrutura para alimentação, copas para os funcionários, caracterização dos estabelecimentos existentes, ambiente dos estabelecimentos, disponibilidade de alimentos, informação, propaganda, preços e entorno do hospital. O segundo bloco consiste de entrevista com os funcionários para a avaliação da sua opinião sobre o ambiente alimentar hospitalar e de entrevista com as chefias do serviço de nutrição, sobre as decisões relacionadas à oferta e à comercialização de alimentos nos hospitais. Quanto à reprodutibilidade interobservador, 30,0% da totalidade de itens do instrumento apresentaram concordância muito boa ou excelente em relação ao kappa. Considerando o PABAK, 69,0% apresentaram concordância muito boa ou excelente. Em relação à concordância percentual, 80,0% mostraram concordância muito boa ou excelente. Quanto à avaliação intraobservador, do total de itens do instrumento, apresentaram concordância muito boa ou excelente: 25%, quando analisado o kappa; 56,0%, quando analisado o PABAK, e 77,0%, quando analisada a concordância percentual. Quando analisado o kappa ponderado, 67,0% apresentaram concordância muito boa ou boa. Considera-se que o instrumento apresentou boa confiabilidade no contexto em que foi realizado. Espera-se que o instrumento e o modelo teórico desenvolvidos possam apoiar a caracterização do ambiente alimentar de hospitais em outras realidades de forma a orientar ações que melhorem as condições de alimentação dos profissionais que neles trabalham e que outros pesquisadores prossigam nas análises de desempenho do instrumento.