Compostos organoclorados em golfinho-rotador (Stenella longirostris Gray, 1828) da plataforma externa e talude continental das regiões sudeste e sul do Brasil
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17204 |
Resumo: | Os compostos organoclorados são poluentes ubíquos, que possuem grande persistência ambiental, elevada toxicidade e ampla capacidade de transporte. Os padrões de bioacumulação para espécies oceânicas e teias tróficas distante de áreas fonte no Atlântico Sul são pouco conhecidos. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os níveis e o perfil de contaminação por compostos organoclorados (PCBs, DDTs e Mirex) em indivíduos de golfinho-rotador (Stenella longirostris) da plataforma externa e talude continental das regiões sudeste e sul do Brasil, além de verificar possíveis diferenças geográficas e entre o sexo dos animais. As coletas foram realizadas através do método de biopsia remota em cruzeiros oceanográficos ao longo da área de estudo. As análises químicas foram realizadas em 43 amostras de tecido adiposo subcutâneo segundo metodologia adaptada de Lailson-Brito et al. (2010). Os indivíduos foram divididos considerando os processos oceanográficos das regiões sudeste (n = 33) e sul (n = 10) para que então fosse feita a comparação. Embora os PCBs tenham representado 50% do perfil de contaminação da região sudeste, a outra metade foi representada por pesticidas organoclorados (DDTs e Mirex), indicando forte contribuição dos setores agrícola e industrial nesta região. Para a região sul, os DDTs foram os mais representativos (68%). A concentração mediana de PCB para a região sudeste foi de 5437,3 ng/g lip e para região sul 2159,2 ng/g lip, o DDT foi 4214,6 ng/g lip para sudeste e 3189 ng/g lip para sul, e o Mirex 1273,7 ng/g lip para sudeste e 1392,6 ng/g lip para o sul. Diferenças significativas entre as regiões foram observadas apenas entre as concentrações do PCB. As concentrações de Mirex estão entre as maiores já reportadas para os cetáceos do sul-sudeste brasileiro. No perfil de contaminação dos PCBs o predomínio foi de compostos hexaclorados, destacando-se os congêneres mais recalcitrantes PCBs 153, 138 e 180. O p,p’ DDE predominou no perfil de contaminação dos DDTs, indicando contaminação histórica. Apenas o Mirex apresentou diferenças significativas nas concentrações entre machos e fêmeas. A análise discriminante foi realizada para avaliar possíveis diferenças geográficas no perfil de contaminação dos indivíduos coletados ao longo da área de estudo. Foram identificados três agrupamentos (Cabo Frio, RJ/SP e Área Sul), sugerindo diferenças ecológicas através do uso de distintas áreas de forrageamento por esses animais. Os locais desses agrupamentos coincidem com zonas onde já foram reportadas maior densidade de cetáceos e suas presas, as quais estão diretamente relacionadas com a ocorrência de características oceanográficas de mesoescala, tais como ressurgências, presença de vórtices, meandros, confluências e influência de plumas costeiras. Isso indica que esses processos são fundamentais para o aumento da produtividade local, aglomeração de presas, desenvolvimento de teias tróficas oceânicas e diferenciação na distribuição desses contaminantes. |