Manifestações oculares da síndrome do anticorpo antifosfolipídio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Franco, Adriana Miranda de Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20532
Resumo: A Síndrome do anticorpo do Antifosfolípio (SAF) é uma síndrome rara, imunomediada, caracterizada pela presença de um ou mais episódios de trombose arterial e/ou venosa e/ ou de pequenos vasos e/ou critérios de morbidade gestacional, associados com a positividade dos anticorpos antifosfolipídios (aPL). Os objetivos deste estudo foram a avaliação em uma coorte de pacientes portadores de Síndrome de Antifosfolipídio Primária (SAFP) as manifestações oculares e comparar com grupo controle saudável, caracterizar a correlação das manifestações critério e não critérios com anticorpos antifosfolipídios (aPL) e realizar revisão sistemática da literatura. Foi realizado em duas etapas: na primeira (primeiro artigo), 105 pacientes foram avaliados em relação às manifestações oftalmológicas através da análise retrospectiva de prontuários e por entrevista incluindo sintomatologia ocular, além de revisão sistemática da literatura das manifestações oculares em pacientes portadores de SAFP ou portadores de aPL. Nesta etapa, tivemos diagnóstico oftalmológico em sete pacientes, com cinco oclusões de vasos retinianos. A amaurose fugax foi o sintoma mais comum, encontrado em 30 pacientes, estando relacionado na análise univariada a fenômeno de Raynaud (p<0,048), anticorpo anticardiolipina (p<0,041) e a hemianopsia relacionada com hipertensão arterial (p<0,049). Na multivariada foi encontrada associação de livedo reticular com amaurose fugax (p<0,006). Na revisão sistemática foram incluídos 96 artigos, incluindo achados do segmento anterior, posterior, orbitários e neuro oftalmológicos. Na segunda etapa (segundo artigo), realizamos um estudo transversal com 98 pacientes portadores de SAFP e 102 controles. Oitenta e quatro pacientes SAFP apresentaram alguma manifestação oftalmológica (94.0% achados no segmento posterior, 62.7% no segmento anterior e 56.6% apresentaram achados em ambos segmentos). A tortuosidade vascular foi mais frequente no grupo SAFP (63.2% vs. 42.2%; p=0.002), assim como a tortuosidade periférica (29.6% vs. 7.8%; p<0.001). Depois de excluídos os fatores de risco para ateroesclerose, a tortuosidade periférica permaneceu estatisticamente associada à SAFP (35.0 vs. 7.8%, p<0.001). Já a tripla positividade foi relacionada em pacientes SAFP com tortuosidade periférica e não foi relacionada nos pacientes SAFP sem esse achado ocular (34.5% vs. 15.9%, p=0.041). Dessa forma, devido à correlação com fenômeno de Raynaud e livedo, o primeiro estudo sugere a provável fisiopatologia vasomotora da amaurose fugax na SAFP. Além disso, o segundo estudo sugere que a tortuosidade periférica pode ser um marcador de retinopatia isquêmica, estando mais presente no fenótipo sorológico mais grave (triplo positivos)