Cosmopolítica vegetal: sempre-vivas, humanos e outros-que-humanos nas serras do Espinhaço (Minas Gerais)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Bethânia Gabrielle Valentino dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Multidisciplinar
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20391
Resumo: Aterrando no território conhecido como Espinhaço, a presente pesquisa teve como objetivo documentar as associações ou ecologias afetivas que se formam entre humanos, outros-que-humanos e sempre-vivas. Grupo de plantas que está no centro de uma controvérsia que envolve sua superexploração ou superproteção. Para que tal impasse não se transformasse em paralisia, o tomamos como objeto de estudo. Assim, seguindo essas plantas e os distintos atores que a elas se associam, mesclaram-se memórias de campo e experimentações de investigação desde o “não-campo” para traçar os cosmogramas das distintas partes que participam dessa controvérsia. Para tanto, foi necessário descrever os modos como botânicos, sempre-vivas e outros-que-humanos escolheram encenar suas relações. Deste modo, começou-se seguindo o curso de ação através do qual o que hoje é conhecido como Eriocaulaceae derivou-se, foi traduzido e se modificou. Assim, mergulhando em seus artigos, descreveu-se o conjunto de ferramentas, oficinas e conhecimentos especializados por onde elas passaram para realizar qualquer ação no campo da taxonomia. Após ver e ouvir o que esses pesquisadores dizem de si e dos seus mundos ao falar das plantas com as quais se envolvem, ocupei-me em ver e ouvir o que dizem os demais atores que compõem a rede sociotécnica das sempre-vivas. Com esse propósito, tratou-se de descrever como as comunidades rurais do Espinhaço, sempre-vivas e outros-que-humanos escolheram encenar suas relações. Para começar a desenvolver essa questão seguiu-se com a composição dos cosmogramas das comunidades apanhadoras de sempre-vivas. Isto posto, as sempre-vivas e os atores a elas associados nos agenciaram a descrever a história ancestral do entrelaçar entre humanos e outros-que-humanos às plantas do lugar. O que nos permitiu decompor grande parte do que a princípio parecia ser um conflito insolúvel. Assim, devolvendo aos atores a capacidade de elaborar suas próprias teorias, concluímos fertilizando pensamentos sobre as possibilidades de diálogo entre ontologias e coletivos heterogêneos tomando o panhar como conceito chave que nos habilita a distinguir a quem devemos nos aliar e a quem é preciso enfrentar na tarefa de adiar o fim do mundo