Práticas de cuidado e desafios do autocateterismo intermitente limpo: as vozes dos escolares
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11406 |
Resumo: | As crianças portadoras de disfunções miccionais, sendo de ordem neurológica (bexiga neurogênica) ou funcionais, necessitam de cuidados especiais para evitar a deterioração do sistema urinário inferior e insuficiência renal. Na maioria dos casos de bexiga neurogênica, indica-se, o cateterismo intermitente limpo. Também indicado para as disfunções não neurogênicas quando não se consegue bons resultados com outros tratamentos. São crianças com necessidades especiais de saúde (CRIANES), com mudanças na sua vida cotidiana e necessidade de cuidados especiais. O enfermeiro necessita interagir com as mesmas, de forma que, na fase escolar, possam juntos, planejar e administrar o autocuidado, necessários para facilitar o processo de viver saudável. Objeto de estudo: o autocateterismo intermitente limpo realizado pelo escolar portador de disfunção miccional. Objetivos: descrever as práticas de cuidados concernentes ao autocateterismo intermitente limpo realizado pelo escolar portador de disfunção miccional e analisar os desafios para a realização dessa prática de cuidado por esse escolar nos diversos espaços de socialização. Metodologia: estudo de natureza qualitativa, desenvolvido sob o método criativo sensível, através das dinâmicas de criatividade e sensibilidade Corpo Saber e Mapa Falante. Os participantes da pesquisa foram sete crianças portadoras de disfunção miccional, com idade entre 9-11 anos. O cenário de estudo foi um ambulatório de pediatria, situado em um hospital de ensino e pesquisa no estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no período entre fevereiro e março de 2015, e foram analisados a partir da análise de discurso em sua corrente francesa, sendo interpretados à luz do autocuidado de acordo com o conceito de Orem, a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial de Erik Erikson e da educação em saúde com as concepções freirianas para a educação. Resultados:através da análise da prática de cuidados desses escolares, evidenciamos a preocupação com a higienização das mãos, da região íntima e do óstio de Mitrofanoff e, cuidados com o esvaziamento completo da bexiga. Quanto aos desafios, foram evidenciados a necessidade do uso de dispositivos para a visualização do meato urinário, dificuldades para a visualização do meato uretral feminino no período matutino, no posicionamento para a realização do autocateterismo, a presença de desconfortos com a sondagem uretral, a irregularidade na frequência do autocateterismo, as dificuldades para brincar em função da realização do autocateterismo, a (in) dependência no autocateterismo e o (des)velamento do autocateterismo nos diversos espaços de socialização. Conclusão: Revelou-se uma consciência ingênua na prática de cuidados, assim como fatores ambientais interferindo no autocuidado e riscos de infecção do trato urinário. Os diversos desafios enfrentados pelos escolares, na realização do autocateterismo, apontam para a necessidade de aproximação com estes de forma dinâmica e criativa, facilitando a exposição de suas dúvidas, medos e anseios, e para a promoção da conscientização crítica e a socialização dos saberes, capacitando-os para o autocuidado. Também na divulgação junto aos órgãos competentes, para a adequação social, com vistas à inclusão destas CRIANES nos diversos espaços de socialização. |