Estudo dos fenômenos físico-químicos envolvidos na dispersão de óleo no mar utilizando um dispersante comercial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Dantas, Taisa Correa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Química
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Oil
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23590
Resumo: A remediação de acidentes envolvendo derramamento de petróleo utilizando dispersantes químicos está em foco desde o acidente no Golfo do México, EUA, em 2010. Este método se torna alternativo, uma vez que promove a dispersão do óleo na coluna d’agua, aumentando a biodisponibilidade e favorecendo a biodegradação, evitando que a mancha atinja a fauna, habitats costeiros e recursos socioeconômicos sensíveis, nos quais o impacto ambiental pode ser ainda mais significativo. A partir do momento que o óleo entra em contato com o mar, este sofre os efeitos do intemperismo, que são modificações ocasionadas pela ação do ambiente. Ainda hoje muitos estudos são realizados acerca dos impactos ambientais decorrentes da utilização de dispersantes para remediação de derramamento de petróleo, mas poucos focam na otimização desta utilização, e estudos para óleos nacionais são ainda mais escassos. Diante do exposto, o objetivo principal deste trabalho é estudar a eficiência de dispersão de um dispersante comercial, o Corexit EC9500A, frente a óleos brasileiros e, adicionalmente, avaliar os fenômenos físico-químicos envolvidos na dispersão do óleo. A metodologia experimental envolve a simulação de dois processos de intemperismo, evaporação e emulsificação, cujo primeiro foi remontado através de uma destilação simples, produzindo três resíduos de destilação (150°C+, 200°C+ e 250°C+) e o segundo realizado com o auxílio de uma mesa rotatória, produzindo vários tipos de emulsão em diferentes razões água-óleo (WOR = 1, 3 e MÁX). Também foram realizados testes de simulação de dispersão pelos métodos IFP (Instituto Francês de Petróleo) e MNS (Mackay-Nadeau-Steelman), tanto para o óleo cru, quanto para os óleos intemperizados. Ao todo foram envolvidos cinco óleos no processo, sendo quatro inspecionados a partir de amostras apenas com evaporação e um complementado pela emulsificação. Os resultados experimentais revelam que a evaporação e a emulsificação exercem influência significativa na eficiência da dispersão de óleo, reduzindo consideravelmente a janela de oportunidade para a aplicação de dispersantes. Nota-se uma variação na eficiência de dispersão entre diferentes tipos de óleo cru, destacando a influência da composição do óleo nesse processo. Recomenda-se uma análise detalhada do óleo para embasar a decisão sobre o uso de dispersantes, considerando fatores como o processo de evaporação e a estabilidade das emulsões. No caso do óleo A, o Corexit demonstrou eficácia limitada, apresentando eficiências de dispersão inferiores a 50% e 20% (testes MNS e IFP, respectivamente) para o óleo bruto e resíduos de evaporação, e inferior a 5 % para as amostras emulsificados. Entretanto, sem o dispersante, mesmo para o óleo bruto, não houve dispersão (eficiência nula). Portanto, ainda assim, indica-se o uso do Corexit EC9500A para este óleo, principalmente, em situações emergenciais, como um blowout do poço.