A morte de Eduardo Campos e a campanha eleitoral no Facebook em 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Azevedo, Juliana Castro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/9000
Resumo: A pesquisa apresenta uma reflexão sobre novas demandas estratégicas em campanhas eleitorais em função do uso das redes sociais e dos novos padrões de interação entre candidatos e eleitores. O objetivo foi perceber como as redes sociais acrescentam um novo aspecto às campanhas eleitorais no que diz respeito à capilaridade cada vez maior, às novas formas de interação e às inéditas proporções para mobilização dos eleitores. O enfoque aqui tratado é a disputa eleitoral de 2014 para o cargo da Presidência, campanha esta que sofreu um revés com a morte do candidato Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto daquele ano. Uma semana depois, ele foi substituído por Marina Silva, do mesmo partido, que adotou um conjunto de estratégias de apropriação discursiva da imagem do postulante morto. Para o estudo, foi analisado o uso do Facebook pelos três candidatos que lideravam as pesquisas de intenção de voto - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) - para moldar a construção de suas imagens e alcançar os objetivos traçados pela equipe de comunicação. Além de ser fortemente marcada pelo uso da internet, a campanha de 2014 tomou rumos imprevisíveis ao ser impactada pela morte do ex-governador de Pernambuco e, por isso, a pesquisa se concentrou também na forma como os postulantes readequaram suas estratégias no Facebook diante do acontecimento, para despertar nos eleitores as emoções que beneficiassem suas campanhas. Para selecionar as postagens para a análise, foi usado o aplicativo Netvizz, no qual é possível obter todas as mensagens publicadas em um determinado período de tempo por uma página. O corpus pesquisado levou em conta a semana que antecedeu e a que sucedeu a morte de Campos (entre 6 e 20 de agosto); o período de 21 a 27 de agosto, quando a candidatura de Marina Silva já estava confirmada; a semana de 15 a 21 de setembro, quando a ex-senadora, após atingir seu ápice, começa a cair nas pesquisas de intenção de voto; e semana que antecedeu ao primeiro turno (de 28 de setembro a 5 de outubro). A análise demonstrou que as mensagens publicadas diminuíram consideravelmente na semana depois do acidente com o ex-governador de Pernambuco, numa clara demonstração de rearranjo de plano de campanha. Dilma e Aécio fizeram referências a Campos apenas até Marina ser confirmada como candidata do PSB. A ex-senadora, no entanto, usou a imagem do ex-governador ao longo da campanha. Neste estudo, ligamos os apelos emocionais usados pelos três postulantes a pensamentos desenvolvidos principalmente por Marcus (2000; 2003), que fala sobre o modelo de Inteligência Afetiva, integrado pelos sistema de predisposição e vigilância; Castells (2009), que desenvolve o conceito de rede e analisa como as emoções impulsionam o sujeito a decidir conforme o que sente; e Lavareda (2009), que disserta sobre as estratégias de campanha e o caráter coletivo das emoções