A mãe de 30 anos: Maternidades e divisão sexual do trabalho
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18602 |
Resumo: | Neste estudo, comparamos a sobrecarga e o salário-hora de mães e não mães a fim de identificar possíveis correlações entre maternidade e divisão sexual do trabalho. À luz da perspectiva da consubstancialidade, os resultados foram analisados por idade, parentalidade, momento da primeira maternidade, escolaridade e cor ou raça, para os períodos 2006- 2009 e 2016-2019 – tanto por tabelas de médias simples quanto por regressões lineares, baseadas em Heckman (1979). A escolaridade nos serviu de proxy para a renda. Nos baseamos em estudos empíricos adeptos à teoria do capital humano, mas também em ressalvas feitas pela sociologia e pela economia feminista. Encontramos que a maternidade com 30 anos ou mais está, por um lado, associada a bônus salarial crescente e, por outro, ao aumento da sobrecarga para mulheres com nível superior e brancas, ao longo dos anos analisados. Assim, com a sobrevalorização de instrumentos que buscam medir resultados mais no âmbito do mercado de trabalho, uma maternidade - considerada mais reflexiva - pode estar sendo sustentada em jornadas de trabalho cada vez mais intensivas. Chamamos atenção para o fato de a maternidade com 30 anos ou mais aproximar mães mais e menos privilegiadas socioeconomicamente em termos de horas gastas com o trabalho doméstico, mas, ao contrário, salarialmente, ela deixaria essas mulheres ainda mais desiguais - o que coloca novos desafios para entender como as opressões estruturais se comunicam em termos de divisão sexual do trabalho. Entendemos, por conseguinte, que o trabalho assalariado e o doméstico estão relacionados e a mudança em um exige que o outro também se transforme para uma divisão sexual do trabalho mais justa. Esse estudo pretende contribuir para a valorização do trabalho feito em casa e, por isso, defende a maternidade como um bem social, que beneficia a sociedade como um todo. Finalmente, percebemos como urgente a reflexão sobre o que entendemos como maternidade reflexiva, quando as mães que tiveram filho com 30 anos, a despeito de bonificações salariais, acumularam cargas de trabalho crescentes. A racionalidade econômica e o feminismo mainstreaming, centrados na libertação via mercado, parecem não compreender como os valores de gênero seguem orientando as relações sociais de sexo e, consequentemente, a divisão sexual do trabalho para todos os grupos de mães aqui analisados. |