O ziguezague: os vagões do trem de Belford Roxo como espaço formativo na concepção dos jovens ambulantes
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19603 |
Resumo: | A atividade de ambulante no trem é tão antiga quanto a própria ferrovia no Brasil, inaugurada em 1854. Desde então já se percebia a presença desse grupo comercializando diversos itens nos vagões, como: água, jornal e laranjas. As vendas sempre foram acompanhadas de jargões criativos para atrair fregueses que se tornaram famosos e agora reconhecidos como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial através da Lei 9170/21. Nessa pesquisa buscou-se portanto compreender os processos formativos existentes nas atividades desenvolvidas pelos jovens ambulantes nos vagões dos trens do Ramal de Belford Roxo-RJ, numa perspectiva teórica de Gohn (2006) e Alves (2016) ao analisarmos o espaço do vagão como um local para além do trabalho exercido, um lugar de formação humana, de educação informal por meio de redes educativas tecidas por eles no cotidiano. Os jargões criativos foram táticas compreendidas nesse trabalho como recursos linguísticos criados e aprimorados com uma dose de humor entre os ambulantes através da necessidade do trabalho informal. Com uma abordagem quali-quantitativa, teve como metodologia a Análise de Discurso de seus sujeitos fundamentada por Orlandi (2018, 2020) por meio de entrevistas semiestruturadas e observações com cinco ambulantes, cujos elementos se cruzam aos dados oficiais apurados sobre a juventude, educação e trabalho no Brasil. A pesquisa tem como recorte jovens entre 18 e 29 anos, ambulantes do ramal de Belford Roxo. Tal escolha deu-se por ser grupo de maior taxa de desemprego na última década (2011 – 2020) que muito se pode atribuir às dificuldades de inserção pela primeira vez no mercado de trabalho formal e as grandes exigências de qualificação. População essa marcada pelas desigualdades sociais, resultado do avanço contínuo e degradante do sistema capitalista, cuja perversidade se mostra mais visível quando são negros e de camada populares. Percebeu-se que no trabalho de ambulantes nos vagões de trem tem sido majoritariamente de jovens que buscam recursos para subsistirem e que muitos deixaram de estudar quando precisaram escolher entre a escola e o trabalho. O trem, ainda que alguns não percebam, se estabelece como um território de muitos saberes que entre eles se compartilham espontaneamente. |