A importância socioambiental de novos antifúngicos: O potencial das samambaias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lancellotti, Isabella Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12085
Resumo: As formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex utilizam material vegetal fresco como substrato para o crescimento de seu fungo mutualista Leucoagaricus gongylophorus (A. Møller) Singer (Agaricaceae), do qual elas se alimentam. Esse comportamento tornam as formigas cortadeiras pragas na agricultura e silvicultura. Estudos têm sugerido que a presença de substâncias antifúngicas podem influenciar a decisão das formigas cortadeiras em forragear determinada espécie vegetal. Desse modo, a busca por inseticidas e fungicidas de origem vegetal tem se revelado como nova estratégia no combate dessas formigas. O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade antifúngica de extratos hidroalcoólicos de folhas das samambaias Dicksonia sellowiana Hook. (Dicksoniaceae), Macrothelypteris torresiana (Gaudich.) Ching (Thelypteridaceae), Niphidium crassifolium (L.) Lellinger (Polypodiaceae) e Lastreopsis effusa (Sw.) Tindale (Dryopteridaceae). As samambaias foram coletadas em outubro de 2016 (estação seca), no Parque Nacional de Itatiaia, exceto L. effusa, coletada na cachoeira do Espraiado, Maricá, RJ em abril de 2017 (estação chuvosa). As folhas foram secas, posteriormente trituradas e pesadas. Os extratos foram preparados na proporção de 1L de etanol para 100g de folha e concentrados em evaporador rotatório. Para os ensaios, alíquotas de 1,0 mL de cada extrato diluído em etanol, na concentração de 50 mg/mL, foram transferidos para tubos de ensaio contendo 9,0 mL de meio de cultivo ainda liquefeito, chegando a concentração final de 5 mg/mL. Em uma segunda etapa a concentração final dos extratos foi 100 μg/mL. O inóculo consistiu de uma suspensão micelial (7,3 mg p.s./mL) preparada a partir de uma cultura com 30 dias de desenvolvimento. Os ensaios foram realizados em triplicata. O crescimento do fungo foi avaliado após 30 dias de incubação a 25°C, no escuro. O perfil químico (compostos fenólicos e terpenóides) dos extratos foi analisado utilizando o método de cromatografia em camada delgada (CCD). Ao contrário do esperado, o extrato etanólico de L. effusa (5 mg/mL) inibiu completamente o crescimento do fungo mutualista, enquanto que a inibição observada com os extratos das outras espécies foi inferior a 50%. Os extratos na concentração de 100 μg/mL não inibiram o crescimento do fungo simbionte. Entre as estações seca e chuvosa houve maior similaridade de terpenóides em Lastreopsis effusa (92,3%) e Dicksonia sellowiana (77,7%), entretanto, uma maior dissimilaridade na composição dos compostos fenólicos. Nas espécies Macrothelypteris torresiana (62,5%) e Niphidium crassifolium (45,4%) houve maior similaridade entre as estações do ano em relação aos compostos fenólicos. A análise do perfil químico dos extratos indicou a presença de beta-sitosterol, friedelinol, rutina e canferol em alguns extratos. Os extratos de Lastreopsis effusa apresentam potencial para a inibição do crescimento de Leucoagaricus gongylophorus, sendo então necessárias análises adicionais de sua composição química e concentração inibitória mínima.