“Quando eu crescer quero ser criança”: com um mundo adulto às avessas, fazer cartografia
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20072 |
Resumo: | O adultocentrismo é uma prática milenar que atravessa diversas constituições sociais, culturas e períodos históricos, fomentando exercícios de poder que tratam o adulto como ser superior às crianças (adolescentes e idosos), devendo, portanto, conduzi-las e corrigi-las. Desse modo, em sociedades adultocêntricas, as crianças são subalternizadas, tendo restrita a participação social e política, bem como o acesso a bens e serviços. Tendo em vista a necessidade de transformação desse cenário desigual e excludente, o objetivo deste trabalho foi pensar sobre os efeitos do adultocentrismo para as relações que construímos entre nós e com as crianças. Seis pessoas adultas, na época estudantes de psicologia, participaram desta pesquisa através de 11 encontros que aconteceram em grupo e on-line entre 2020 e 2022, mediados pelo dispositivo Skype, com duração média de 1h30min cada. A escolha dos participantes foi intencional, especialmente para deslocar o foco das crianças enquanto grupo minoritário para os adultos enquanto grupo majoritário, mudando o olhar da margem para o centro, tensionando o seu conteúdo. A função do grupo foi seguir problematizando o invólucro que mantinha a vida adulta em um lugar naturalizado e inquestionável, deixando emergir as linhas adultocêntricas, arquitetando o seu combate. A dinâmica problematizadora do grupo foi parte da orientação metodológica deste trabalho, uma pesquisa-intervenção cartográfica, com leitura esquizoanalítica. Sua função foi intervir para transformar a realidade, portanto, o grupo com outros adultos teve a intenção de transformar o modo como o adultocentrismo ia se colocando para nós, no intuito de criar outras narrativas, mudar as nossas práticas. A partir dos encontros grupais, foi possível compreender as relações do adultocentrismo com o capitalismo, sendo o processo de escolarização apontado pelos participantes como mecanismo de controle dos adultos sobre as crianças. Também foi possível pensar, coletivamente, em vias de conduta antiadultocêntricas para o combate das desigualdades e violências direcionadas às crianças, além da constituição de novos modos de viver, dissidentes da lógica adultocêntrica. As tecnologias digitais foram importantes para a tecedura do grupo, que se ramificou atingindo o WhatsApp e o Instagram, onde estendeu as suas redes de acolhimento e discussão da temática da pesquisa. |