Os sentidos do estupro na Amazônia: tecendo significados, disputando narrativas
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Direito |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23290 |
Resumo: | Essa tese se propõe a discutir os sentidos do estupro a partir das narrativas das protagonistas-sobreviventes, não as representando-as como vítimas desprovidas de agência. A partir das suas histórias, busco discutir as formas de agenciamento que essas mulheres corporificam face a violência do estupro e situações assimétricas de poder fora das instâncias do sistema penal. Tendo como material empírico entrevistas realizadas em um curta-metragem, “Os sentidos do estupro na Amazônia” (2022) e exibições nas quais foram compartilhadas outras histórias por interlocutoras-espectadoras, através da análise de narrativas das interlocutoras escutadas em campo, demonstro como se tornam protagonistas da própria história exercendo agência em ações através do cuidado, do afeto, da resiliência, do cotidiano, da politização, do desejo de proteger futuras gerações, mas sobretudo do ato de narrar-se e ser acolhida no encontro com o outro. Demonstro como reivindicam o reconhecimento do sofrimento imposto pelo estupro e como essa dor pode ser sentida em outro corpo. Também busquei identificar quais são as maneiras que as protagonistas-sobreviventes se constituem enquanto sujeitas. Defendo que as formas de habitar o mundo após a violência adotada pelas protagonistas-sobreviventes se afastam de atos de perspectivas punitivistas, não objetivando a punição ou a prisão, sendo trilhadas rumo ao cuidado de si, em uma relação consigo mesma e outras mulheres. A análise permite afirmar que escutá-las torna possível tecer fios de uma teoria feminista abolicionista a partir das narrativas das protagonistas-sobreviventes. |