Desigualdades socioeconômicas na sobrevida de pacientes com câncer de mama, próstata e pulmão: um estudo de base populacional em Curitiba.
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4344 |
Resumo: | A incidência e mortalidade do câncer vêm aumentando consideravelmente entre os países de baixa e média renda. Paralelamente, melhoras nos métodos de detecção e tratamento da doença têm permitido ganhos significativos na sobrevida dos pacientes acometidos pelos cânceres mais frequentes. No entanto, esse aumento tem sido muito mais expressivo na população em posição socioeconômica mais favorável. O presente estudo teve por objetivo analisar o efeito das desigualdades socioeconômicas na sobrevida de pacientes diagnosticados com câncer de mama, próstata e pulmão, no período de 1998 a 2007, na cidade de Curitiba, Paraná. Trata-se de um estudo populacional no qual a fonte de informação foi o Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) de Curitiba. A desigualdade socioeconômica foi medida por meio de quintis do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), calculado para as áreas de residências denominadas Unidade de Desenvolvimento Humano (UDH). As UDHs são aglomerados de setores censitários homogêneos do ponto de vista socioeconômico. Todos os pacientes de câncer foram alocados nas UDHs de acordo com o endereço de residência. Ao todo foram analisadas informações de 9.639 pacientes com câncer: 3.063 com câncer de próstata, 5.033 com câncer de mama e 1.543 com câncer de pulmão, sendo 929 no sexo masculino e 614 no sexo feminino. Utilizou-se o método de sobrevida líquida de um e cinco anos por sexo e quintis de IDHM. A sobrevida líquida é definida como a sobrevida estimada para um grupo de pacientes em uma situação hipotética na qual o câncer de interesse é a única causa de morte possível. Uma análise de sensibilidade foi realizada usando o padrão de mortalidade por posição socioeconômica da Inglaterra de forma a simular tábuas de vida específicas por posição socioeconômica em Curitiba. O efeito da desigualdade socioeconômica, representada pela diferença entre o quinto e primeiro quintis, em sobrevida líquida de cinco anos foi maior do que a de um ano para os três tipos de câncer. A sobrevida líquida de cinco anos dos pacientes com câncer de próstata e mama residentes em áreas mais afluentes foi, respectivamente, 24,2% e 30,2%, maior do que aquela observada entre pacientes residentes em áreas mais desfavorecidas. Esses diferenciais aumentam significativamente em relação ao câncer de pulmão: 83,7% entre os homens e 103,8% entre as mulheres. Embora o uso de tábuas de mortalidade específicas para os quintis de IDHM atenue o efeito da desigualdade, esta ainda se manteve expressiva. A sobrevida de câncer é uma informação essencial para elaboração de políticas de saúde que visem aumentar não só a expectativa de vida, mas também a qualidade de vida dos pacientes com câncer. Assim, faz-se necessário que a vigilância de sobrevida se torne um processo contínuo no Brasil. |