Nicho alimentar e espacial em duas espécies de aves simpátricas (Aves: Pipridae) e seu papel na germinação de sementes de Miconia prasina (Sw.) DC. (Melastomataceae)
Ano de defesa: | 2020 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22968 |
Resumo: | As interações entre animais e plantas são diversas e importantes para a manutenção de ecossistemas. Aves frugívoras podem desempenhar funções essenciais no recrutamento e germinação de sementes, e as plantas frutíferas são responsáveis pela sobrevivência destes animais. O particionamento de recursos ou o uso diferencial destes no espaço ou no tempo podem ser formas de promover a coexistência de espécies semelhantes em um mesmo habitat. A presente dissertação abordou a partilha de recursos alimentares (frutos) e espaciais (estratificação vertical) entre duas espécies de piprídeos (Dixiphia pipra e Manacus manacus) em área de Mata Atlântica e a germinação de sementes de Miconia prasina por D. pipra. O objetivo do capítulo 1 foi investigar se os nichos alimentar e espacial podem permitir a coexistência de duas aves simpátricas da família Pipridae. Enquanto que o objetivo do capítulo 2 foi avaliar se fatores bióticos e abióticos influenciam a germinação de M. prasina. Para o presente estudo, foram calculadas a amplitude e a sobreposição de nicho alimentar das duas espécies de aves, e para avaliar se os piprídeos diferem no nicho espacial foram utilizados dados de ocupação do estrato vertical da floresta. Foram realizados experimentos de germinação das sementes de frutos de M. prasina consumidos por D. pipra, e comparadas taxas e tempo de germinação de sementes de frutos ingeridos pelas aves, de sementes controle e de sementes em frutos inteiros. Para o experimento foram utilizadas câmaras com controle de fotoperíodo, temperatura e umidade, programadas de acordo com normais climatológicas de três meses representando condições climáticas extremas (fevereiro e julho) e intermediária (outubro) do período de frutificação de M. prasina. A amplitude de nicho alimentar para ambas as espécies foi baixa(= 0,07 e 0,16, respectivamente),com alta sobreposição de nicho alimentar(= 0,98).Miconia prasina foi o principal item alimentar, representando 63% da dieta de D. pipra e 69% de M. manacus. Os piprídeos diferiram significativamente na ocupação do espaço vertical da floresta, com D. pipra ocupando estratos mais altos que M. manacus, o que pode propiciar a coexistência dessas aves simpátricas. As sementes de M. prasina germinaram mais rapidamente nas condições climáticas intermediárias, tanto para ingeridas (média = 12,1 dias) quanto controle (média = 13,9 dias). A taxa de germinação não diferiu significativamente entre sementes de frutos consumidos (n=300) pelas aves e controle (n=300) (média 58% e 59%, respectivamente), aparentemente não sendo a ação mecânica e química do trato digestivo de D. pipra essencial para a germinação. Porém, esta ave é importante para a dispersão de M. prasina, pois ao consumir os frutos as sementes são separadas da polpa e dos inibidores de germinação. |