É princesa ou princeza? Qual o papel da consciência morfológica na leitura e escrita de crianças falantes do português?
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15154 |
Resumo: | A consciência morfológica é uma habilidade metalinguística, que permite que o indivíduo reconheça, compreenda e manipule de maneira consciente as partes das palavras que carregam significado, ou seja, os morfemas. Por meio da literatura publicada nas últimas décadas, tem sido possível perceber que a consciência morfológica é uma variável que afeta a alfabetização. Este trabalho teve como finalidade discutir quais as contribuições da consciência morfológica para os processos de leitura e escrita das crianças falantes do português do Brasil. A pesquisa foi dividida e é apresentada em três estudos. O estudo I teve como objetivo investigar se há contribuição de consciência morfológica para leitura de palavras e textos no português, mesmo depois do controle dos efeitos da consciência fonológica e inteligência (verbal e não verbal). Além de disso, verificar a proporção da variância atribuída à consciência morfológica e fonológica na leitura. Participaram da pesquisa 114 crianças matriculadas no 2º e 4º anos do ensino fundamental de uma escola pública. Os resultados evidenciaram que há contribuição da consciência morfológica, independente das variáveis de controle, sobre a leitura de palavras, mas não para a compreensão de texto. A consciência fonológica também contribuiu apenas para a leitura de palavras e sua influência foi maior do que a da consciência morfológica. O artigo II verificou se a contribuição da consciência morfológica é independente da consciência fonológica em palavras com diferentes regras ortográficas no português, depois do controle dos efeitos da consciência fonológica e inteligência (verbal e não verbal). Também investigou se a influência da consciência morfológica pode ser maior do que o da consciência fonológica para a escrita no português. Participaram da pesquisa 114 crianças matriculadas no 2º e 4º anos do ensino fundamental de uma escola pública. Os resultados confirmaram evidências de contribuição da consciência morfológica para os diferentes tipos regras ortográficas do português (morfológicas, contextuais e irregulares). Essa influência sobreviveu mesmo com as variáveis de controle. A contribuição da morfologia foi em parte foi maior do que a fonológica nas palavras irregulares e um pouco mais baixa na ortografia com regras contextuais. Nas palavras morfologicamente complexas a contribuição da consciência fonológica e morfológica foi parecida. O artigo III investigou se a intervenção em consciência morfológica teve efeitos significativos no desempenho da leitura e escrita de palavras e compreensão de texto. Participaram da pesquisa 33 crianças do 2º ano do ensino fundamental matriculados em uma escola pública. Os resultados indicaram a presença do efeito de treinamento na ortografia das palavras morfologicamente complexas e na consciência morfológica derivacional, respectivamente, com o tamanho de efeito alto e moderado. Não foi encontrado efeito do treinamento na leitura de palavras e compreensão de texto. De uma maneira geral, os três artigos mostraram que a contribuição da consciência morfológica pode estar no nível da palavra e que o treino de consciência morfológica melhorar o desempenho das crianças nesta habilidade e na escrita de palavras morfologicamente complexas. Essas considerações foram discutidas à luz da teoria da qualidade lexical de Perffti (2007) |