Calprotectina fecal como biomarcador para a avaliação da cicatrização da mucosa em pacientes com retocolite ulcerativa idiopática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Malvão, Ludimilla dos Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19062
Resumo: No acompanhamento de pacientes com retocolite ulcerativa idiopática (RCUI), o alvo terapêutico ideal capaz de modificar o curso da doença é a cicatrização da mucosa, mesmo que ainda não haja consenso se somente remissão endoscópica, histológica, ou as duas. Entretanto para isto ainda é necessária a realização da colonoscopia ou da retossigmoidoscopia (RSC), procedimentos caros, invasivos e demorados para avaliações repetidas da atividade da doença. A calprotectina fecal (CF) é um biomarcador que se associa fortemente com a doença clinicamente ativa. No entanto, não está claro se ela é capaz de substituir definitivamente esses métodos invasivos no acompanhamento dos pacientes em remissão clínica. Assim como ainda não foi definido um cut off capaz de predizer remissão endoscópica e/ou histológica. Os objetivos deste trabalho foram estudar a associação da CF em pacientes com RCUI em remissão clínica com os escores de atividade endoscópica de Mayo e histológica de Geboes e sugerir um cut off para a CF que melhor se relacione com a remissão e a atividade endoscópica e histológica. Métodos: Estudo de corte transversal com entrada prospectiva de pacientes com RCUI em remissão clínica pelo índice simplificado de atividade clínica da colite (ISACC). Todos os participantes realizaram colonoscopia ou RSC com biópsias e dosagem da CF. Resultados: foram selecionados 114 pacientes com RCUI em remissão clínica e excluídos 34 pacientes por não preencherem todos os critérios de inclusão. Total de 80 pacientes incluídos no estudo. A CF não mostrou associação com o ISACC. As concentrações da CF não foram significantemente diferentes entre os subescores endoscópicos quando considerado os pacientes com doença em remissão endoscópica em comparação com aqueles com doença endoscopicamente ativa (P = 0,099). A CF mostrou associação significativa com o escore histológico (P < 0.001). A área sob a curva ROC de CF para distinguir atividade de remissão histológica foi de 0,806 (IC 95%, 0,709-0.903). Considerando o critério de remissão profunda (escores endoscópico e histológico combinados), as dosagens da CF apresentaram diferença estatisticamente significativa entre remissão e atividade (P = 0,025). A área sob a curva ROC da CF para distinguir atividade de remissão profunda foi de 0,741 (IC 95%, 0,630-0.851). CF < 100 μg/g apresentou correlação com remissão endoscópica (sensibilidade 81,5%), histológica (sensibilidade 91,7%) e profunda (sensibilidade 82,4%), com valores preditivos negativos (VPN) de, 85,3% (95%IC = 69,9-93,6), 94,1% (95% IC = 80,9-98,4) e 82,4 (95% IC = 66,5-91,6), respectivamente. Conclusão: A CF tem boa associação com atividade histológica e o cut off <100 μg/g pode ser usado como método isolado e não invasivo para predizer remissão histológica naqueles pacientes em remissão clínica. Valores acima de 100 μg/g, pela baixa associação com os índices de atividade, não devem ser usados como método isolado no acompanhamento desses pacientes.