Efeitos cardioprotetores do exercício na cardiomiopatia induzida por doxorrubicina: contribuição do óxido nítrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sequeira, Cláudia de Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7876
Resumo: A doxorrubicina (DOX) é um quimioterápico eficaz na regressão de várias neoplasias, porém seu uso clínico é limitado pela cardiotoxicidade. Entre as estratégias existentes para amenizar o efeito tóxico do fármaco, a atividade física tem sido reconhecida como cardioprotetora, entretanto, essa relação ainda foi pouco estudada. Neste contexto, o presente estudo se baseou na hipótese de que o efeito benéfico do exercício possa ser mediado através do óxido nítrico (NO), um gás inorgânico essencial para homeostase cardiovascular. Para isso, foram investigados os efeitos do treinamento aeróbio sobre a estrutura do tecido cardíaco, síntese de NO e biomarcadores de estresse oxidativo no coração de ratas Sprague Dawley com insuficiência cardíaca induzida por DOX. Os efeitos do exercício também foram avaliados na presença concomitante de DOX e NG-nitro-L-arginina-metil-éster (L-NAME), a qual inibe a produção de NO. Dessa forma, os seguintes grupos foram formados: (1) controle (CONT); (2) DOX + exercício (DOX/EX); (3) DOX+sedentário (DOX/SED); (4) L-NAME + sedentário (L-NAME/SED); (5) DOX+L-NAME + exercício (DOX/L-NAME/EXE); e (6) DOX + L-NAME + sedentário (DOX/L-NAME/SED). A administração de doxorrubicina levou a uma redução na expressão das isoformas neuronal e induzível da NO sintase (NOS), responsáveis pela síntese de NO. O exercício, no entanto, foi capaz de reverter essa alteração, uma vez que não houve diferença entre os grupos DOX/EXE e controle. Na avaliação do dano oxidativo de lipídios e proteínas, não foram observadas diferenças entre os grupos. Em relação à atividade das enzimas antioxidantes, foi observado que o exercício foi capaz de aumentar a atividade da superóxido dismutase e catalase nos animais com insuficiência cardíaca em relação ao grupo DOX/SED; sendo que a restauração da atividade da catalase não foi observada no grupo DOX/L-NAME/EXE. A enzima antioxidante glutationa peroxidase exibiu resultado oposto, já que sua atividade foi maior no grupo DOX/SED em relação aos demais. Quanto à análise da estrutura cardíaca, não foi observado hipertrofia em nenhum dos grupos, por outro lado, os animais do grupo DOX/SED apresentaram aumento da fibrose intersticial comparado aos controles e aos animais exercitados que receberam DOX, mas não diferiram em relação ao grupo DOX/L-NAME/EXE. Os resultados demonstram que a atividade física aeróbica foi eficaz em atenuar os danos causados pela DOX ao tecido cardíaco, uma vez que houve melhora do perfil de enzimas antioxidantes, da fibrose, elevação da NOS, redução da pressão arterial, além de maior sobrevida. Tais benefícios não foram observados quando o exercício foi associado à administração de L-NAME, o que demonstra uma possível contribuição do NO na cardioproteção observada.