Fertilização in vitro: eficácia da ovodoação por mulheres com síndrome de ovários policísticos e a eficácia do congelamento de embriões em pacientes com endometriose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vaz, George Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8626
Resumo: As técnicas de reprodução assistida (TRA) estão cada vez mais incorporadas ao arsenal terapêutico dos ginecologistas. A Fertilização in Vitro (FIV) é uma TRA que mais vem se consagrando nas últimas duas décadas. Muitos casais necessitam da FIV para realizarem o sonho de ter um filho. As taxas de gravidez por ciclo são importantes na orientação das pacientes quanto à escolha do tratamento e são influenciadas pela idade da mulher, causa da infertilidade e número de embriões transferidos. O sucesso da FIV ainda deixa a desejar, já que somente 35% das mulheres engravidam após uma tentativa. Com o avanço da FIV surgiram variações técnicas que prometem melhorar a eficácia da mesma. A ovodoação permite o uso de óvulos jovens por pacientes sem reserva ovariana e a transferência de embriões congelados permite o uso posterior de excedentes que não foram transferidos logo após a estimulação. Em relação a essas técnicas, duas questões atuais estão em debate: 1. se as mulheres com síndrome de ovários policísticos (SOP) são boas candidatas à ovodoação, já que tendem à hiperestimulação e 2. se as mulheres com endometriose apresentam bons resultados de gravidez quando são usados os próprios embriões congelados, já que vários estudos apontam menor eficácia da FIV com transferência à fresco em mulheres com essa doença. Pensando nesses cenários foi realizada uma tese na forma de dois artigos científicos. O objetivo do primeiro artigo foi comparar as taxas de gravidez de transferências de embriões congelados em mulheres com endometriose profunda com mulheres com outras causas de infertilidade. Foi realizado um estudo de revisão de prontuários de 1294 mulheres submetidas à transferência de embriões congelados. Mulheres com endometriose apresentaram maior chance de gravidez de embriões congelados quando comparadas à mulheres com má resposta ovariana (OR=5,01; p-valor=0,02). Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas nas comparações com as demais causas de infertilidade. O objetivo do segundo estudo foi comparar a taxa de gestação entre pacientes submetidas à FIV como receptoras de mulheres doadoras com SOP e pacientes submetidas à FIV como receptoras de mulheres doadoras sem SOP. Foram analisadas 234 pacientes submetidas à FIV como receptoras de óvulos. Mulheres com SOP tiveram uma média de 3,2 mais oócitos recuperados que as mulheres sem SOP, mas não houve diferença entre o número de oócitos maduros que foram usados para doação entre esses grupos. As taxas de gravidez não foram significativamente diferentes (28% quando a doadora tinha SOP vs. 26% quando não tinha SOP). Concluímos que o uso de doadoras com SOP para programas de doação de ovos não afeta os resultados da receptora, portanto, as mulheres com SOP não devem ser excluídas dos programas de doação de óvulos.