“Sartre é intragável”: narrativas de uma antropofagia filosófico-literário-política brasileira (1955-1969)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Rodolfo Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17378
Resumo: A pesquisa aqui apresentada segue em busca de indícios das apropriações do pensamento do filósofo francês Jean-Paul Sartre no Brasil. Tomo como ponto de partida o fim da pesquisa empreendida ao longo do mestrado, quando investiguei a chegada do pensamento de Sartre no Brasil, entre 1945 e 1955. A proposta é compreender, reduzido o frisson da moda existencialista do período anterior, quais influências esta filosofia exerceu no país e, sobretudo, como as propostas de Sartre foram deglutidas e transformadas em terras brasileiras. Os indícios foram buscados no acervo digital do jornal O Globo entre os anos de 1955 e 1969, a partir de três palavras-chave: Sartre, existencialismo e existencialista. Outros periódicos foram consultados como forma de expandir o olhar trazido por O Globo, mas sempre tomando como bússola os indícios encontrados neste diário. Como resultado, a pesquisa se estrutura em três principais temas: a assimilação de Sartre no cenário político brasileiro, apontando para usos políticos do pensador; a recepção das obras literárias de Sartre, enfatizando a presença de indícios de suas influências na literatura nacional, bem como as críticas dos literatos Antonio Olinto e Nelson Rodrigues ao filósofo; e, por fim, a apresentação dos filmes feitos a partir de roteiros ou adaptações de obras de Sartre e as peças do filósofo no país, abrindo espaço para perceber que, se a sétima arte foi relegada a segundo plano, o teatro capilarizou-se por meio de diversos grupos amadores distribuídos localmente. O labor é desenvolvido tomando por base minhas apropriações de duas propostas metodológicas: a fenomenologia como intencionada por Sartre e a Teoria Ator-Rede como proposta por Bruno Latour. Trata-se, enfim, de um jantar de segunda mão: come-se aqui o modo como Sartre foi deglutido outrora.