A estrutura do referente ausente como ferramenta do especismo e outras opressões
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22139 |
Resumo: | O conceito de referente ausente pensado por Carol Adams remete-se às ações voltadas para invisibilizar os animais não humanos e toda uma cadeia de violência e exploração por eles sofridas. Tais atitudes vêm consolidar o consumo de proteínas animalizadas e feminilizadas sem que, para tal, o homem se dê conta da contradição existente entre seus valores morais e o hábito de comer carne. Desse modo, os processos de desnaturação da carne, fragmentação e retalhamento contribuem com o referente ausente, visto que afastam a ideia do animal senciente, e seu sofrimento, do pedaço de carne, já sem história e nem mesmo nome. Assim, também se estabelece, em termos estruturais, o uso da linguagem, que renomeia esses seres e seus pedaços, sendo esta outro mecanismo de distanciamento formatado pelo carnismo. Em linhas gerais, o referente ausente permeia a história da humanidade, no sentido de que o homem, encerrado em seu antropocentrismo, se porta como um grande senhor face à natureza, como se a ela não pertencesse, agindo de maneira tirânica contra quem considera inferior. Nesse sentido, pode-se afirmar que o especismo, o racismo, o sexismo e outras opressões são operadas através de uma mesma estrutura, um mesmo sistema de crenças, que apresenta apenas um modo de ser e de viver (esse do macho, branco, hétero, cis, viril e comedor de carne) e impede o ser humano de enxergar para além dessa ideologia normalizada. Enfim, assumir o princípio da não-violência requer um modo de vida vegetariano, que contesta a objetificação e o domínio dos corpos, bem como rejeita uma cultura baseada na matança e na violência. |