Isótopos radiogênicos como traçadores da origem do depósito sedimentar da Lagoa da Pata: implicações sobre o transporte eólico de poeira mineral para a Amazônia Ocidental
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5897 |
Resumo: | rado de um local remoto na Amazônia (Lagoa da Pata, localizada no Morros dos Seis Lagos, Amazonas, Brasil) permitiu a reconstrução paleoclimática ao longos dos últimos 7,5 mil anos A.P., objetivando identificar a origem potencial de seu depósito sedimentar. A localização deste lago é tal que, dependendo da estação, o lago permanece latitudinalmente abaixo da Zona de Convergência Intertropical, ZCIT, (recebendo pouca influência dos ventos NE) ou sobre influência indireta da ZCIT. A poeira mineral pode ser utilizada como indicador para padrões de transporte atmosférico ao longo do tempo, ao traçar sua origem utilizando razões de isótopos radiogênicos (87Sr/86Sr and 143Nd/144Nd). Diversos autores sugerem que a Bacia Amazônica recebe grandes quantidades de poeira mineral africana da região do Saara, embora a maioria destas conclusões seja baseada em imagens de satélite e modelos de trajetórias de massas de ar. Um testemunho de 118 cm foi fatiado em camadas de 1 cm e datados pelo método de 14C. As amostras foram previamente tratadas quimicamente para remoção de matéria orgânica e separação dos isótopos de interesse para análise no espectrômetro de massas termo-ionizador (TIMS). As trajetórias de massas de ar foram analisadas utilizando o modelo HYSPLIT (disponível no site da NOAA/NASA). Foi feito um banco de dados com a assinatura isotópica das possíveis áreas fontes e da rocha formadora da Lagoa. Por fim, foi calculada a posição da ZCIT ao longo dos últimos dez anos utilizando dados de Radiação de Onda Longa (disponível no site da NOAA). As análises sugeremque os padrões de trajetórias que chegam à Lagoa da Pata sejamodulado pela posição da ZCIT: origem exclusiva do Norte da África (Dezembro a Abril ZCIT a Sul), origem no Sul da América do Sul e Sul da África (Maio a Setembro ZCIT a Norte) e influência mista do Norte da África e Sul da África (Outubro e Novembro). As razões dos isótopos radiogênicos mostraram contribuição mista da rocha local (intemperismo) e do Sul da África e Sul da América do Sul (principalmente da Zona Vulcânica do Sul SVZ), ao invés de, surpreendentemente, da região do Saara. Tais resultados apontam uma origem de poeira mineral que chega à Bacia Amazônica Ocidental: embora os dados observacionais sugiram uma grande contribuição da poeira Saariana para a Amazônia, é proposto que essa influência seja mais válida para a Bacia Amazônica Oriental. Por fim, foi encontrada uma associação entre a variação temporal do 143Nd/144Nd os eventos Bond do Atlântico Norte, especificamente para o Bond 1, 2, 3, 4 e 5. Os eventos Bond são capazes de influenciar a dinâmica da ZCIT podendo, aparentemente neste caso, impactar o ciclo hidrológico e a dinâmica eólica na Bacia Amazônica, ao determinar períodos com intemperismo local mais forte ou fraco e maior ou menor influência das fontes eólicas do Hemisfério Sul.O estudo conjunto da variabilidade do fluxo atmosférico sobre a Floresta Amazônica, suas tendências futuras e possíveis teleconexões torna-se valiosopara um prognóstico de maior confiabilidade para as previsões climáticas na Amazônia. |