Caracterização de variações no número de cópias e definição do estado de metilação nos genes FMR1 e AFF2 pela técnica de MS-MLPA em homens com deficiência intelectual ligada ao cromossomo X

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gonçalves, Thais Fernandez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16313
Resumo: A deficiência intelectual (DI) é caracterizada por um funcionamento intelectual abaixo da média identificado antes dos 18 anos de idade, com limitações em mais de uma área das habilidades adaptativas. A prevalência da DI é estimada em 2-3% da população mundial e um grande número de casos permanece sem diagnóstico. A DI é mais comum em homens em relação às mulheres. Uma das explicações é a concentração de genes específicos para a habilidade cognitiva no cromossomo X. Mutações nesses genes levam à DI ligada ao X (DILX). A forma sindrômica mais frequente de DILX é a síndrome do X Frágil (SXF), caracterizada pela expansão instável de trinucleotídeos CGG no éxon 1 do gene Fragile X Mental Retardation 1 (FMR1). Nos indivíduos com SXF, o número de repetições CGG ultrapassa 200 (mutação completa), gerando um silenciamento epigenético do gene, devido à hipermetilação e remodelagem da cromatina. Semelhante ao que ocorre no gene FMR1, uma mutação dinâmica no gene AF4/FMR2 family, member 2 (AFF2) envolvendo repetições trinucleotídicas CCG, está associada a um tipo menos frequente e não-sindrômico de DI, a DI FRAXE. Estudos recentes relataram que variações no número de cópias (VNCs) também podem estar envolvidas nas causas da SXF e da DI FRAXE. Sendo assim. este trabalho teve como objetivo principal caracterizar VNCs nos genes FMR1 e AFF2 e definir o estado de metilação nestes genes, por meio da metodologia de Methylation Specific Multiplex Ligation-Dependent Probe Amplification (MS-MLPA). Esta metodologia possibilita a quantificação relativa de 45 sequências em um único experimento. Para isso, foram selecionadas amostras de DNA de 134 indivíduos do sexo masculino com DILX provável de um grupo de mais de 1.100 indivíduos com DI. Na amostra foram incluídos nove pacientes que obtiveram resultados inconclusivos pela triagem inicial de repetições pela reação em cadeia da polimerase (PCR) no gene FMR1 e quatro pacientes com deleções previamente identificadas que compreendem as repetições trinucleotídicas no gene FMR1, além de dois pacientes com deleções no gene AFF2. Foi identificado um paciente com uma deleção compreendendo o éxon 1 e o íntron 1 do gene FMR1 e metilação indicativa da presença de uma mutação completa, apontando para a presença de mosaicismo somático. Experimentos adicionais para determinar os pontos de quebra desta deleção, obtiveram resultados normais, o que seria uma interferência do alelo completamente mutado. Os nove pacientes inconclusivos, apresentaram metilação, evidenciando a mutação completa. Os quatro pacientes com deleções prévias no gene FMR1, apresentaram metilação e também constituíram casos de mosaicismo somático. O restante dos pacientes não exibiu VNCs ou metilação anormal em nenhum dos dois genes estudados. Estes resultados evidenciam a importância da implementação de metodologias adicionais para o diagnóstico molecular da SXF e para a condução de medidas terapêuticas diferenciadas nos casos de mosaicismo. A presença de VNCs nos genes FMR1 e AFF2 é rara, porém seu rastreamento em pacientes negativos para expansões trinucleotídicas é fortemente recomendável, a fim de definir novos mecanismos moleculares relacionados à estas condições.