O que é um pai?: um estudo psicanalítico a partir de uma prática em um Ambulatório de Saúde Mental
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicanálise e Políticas Públicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14532 |
Resumo: | A questão que move esta pesquisa surge em um ambulatório público de saúde mental, no dispositivo de grupo terapêutico direcionado a pais que buscavam atendimento para seus filhos. Quando um adulto apresenta uma queixa relacionada a uma criança sob seus cuidados, de que se trata aí? De um problema que acontece com a criança e/ou de uma questão de quem cuida dela? As falas no grupo apontavam um não saber em relação aos filhos, nostalgia pela dissolução do lugar de autoridade tradicional na sociedade em que vivemos e falta norte e orientação quanto ao exercício do cuidado na posição de pais. Deslocando o olhar da queixa dos pais para o mais além que ela portava, foi possível recortar o objeto deste estudo, delimitando-o entorno do lugar de quem cuida de uma criança e sustentar a pergunta o que é um pai? A metodologia de pesquisa envolve a revisão da questão do pai em Freud e Lacan, tomando como limite em relação a este último, a sua construção sobre a metáfora paterna. A pesquisa é orientada (provocada) pelas falas ouvidas no grupo e por dois fragmentos clínicos na escuta aos pais. Vimos que o pai em Freud é um pai que diz não ao gozo do filho enquanto que o pai em Lacan, além do não, diz sim também. A função do pai em Lacan é unir lei e desejo. Se em Freud a lei do pai era a do interdito, em Lacan ela não é automática e cega, admite exceções e o que é particular. A função do pai, no final do ensino de Lacan, aparece como um nó, ligando os três registros. Ocupar-nos do trabalho de pesquisa sobre a função paterna não pretende levar a pensar que se trata aqui de defender nostalgicamente o poder que era atribuído pela tradição ao pai. O esforço busca iluminar alguma coisa que possa funcionar para os sujeitos em questão, como ponto de apoio para o exercício da função paterna e para que se autorizem em nome do seu próprio desejo. Pensar a questão do pai é pensar no verso e reverso a partir de uma demanda: pensar a própria posição sintomática de cada sujeito que é colocado na posição de pai. Como é possível servir-se do pai, deixar-se servir e emprestar-se no exercício dessa função? O aprendizado que se dá a partir do caso que ilustra esta pesquisa é justamente o que nos traz Lacan no final de seu ensino: que a função do pai é de nó, de amarrar os três registros - Real, Simbólico e Imaginário - e que essa função não se dá de qualquer forma, mas, sobretudo na relação de desejo de um homem por uma mulher |