A importância da pressão arterial na adolescência para o perfil de risco cardiovascular em adultos jovens acompanhados por 18 anos: estudo do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Campana, Erika Maria Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8624
Resumo: O estudo longitudinal de variáveis de risco cardiovascular e suas interações genéticas em populações jovens são fundamentais para estratégias de prevenção primária da doença cardiovascular. Este estudo tem por objetivos: avaliar o comportamento e a relação entre variáveis clínicas (pressão arterial (PA), índices antropométricos), variáveis laboratoriais metabólicas e inflamatórias, velocidade de onda de pulso (VOP) e os polimorfismos genéticos da enzima óxido nítrico-sintetase (e-ONS), do angiotensinogênio (AGT) e da enzima conversora de angiotensina (ECA) em indivíduos adultos jovens acompanhados há 18 anos no Estudo do Rio de Janeiro, estratificados pela PA obtida na adolescência. Foram avaliados 116 indivíduos (63M/53F), em três momentos: A1 (10-16 anos), A2 (18-26 anos) e A3 (27-35 anos) e estratificados em dois grupos: GN (n=71) PA normal em A1; GH (n=45) PA anormal em A1. Nas três ocasiões foram obtidos: PA, peso, altura e índice de massa corporal (IMC). Em A2 e A3, glicose, insulina HOMA-IR, triglicerídeos, colesterol total e frações foram dosados. Em A3, acrescentaram-se a circunferência abdominal (CA), apolipoproteína A1, apolipoproteína B100, lipoproteína(a), adiponectina, leptina, E-selectina, VCAM-1 e ICAM-1, PCR-us, fibrinogênio, VOP e os polimorfismos genéticos da e-ONS, AGT e ECA. Os resultados encontrados foram: 1) O GH apresentou maiores médias da PAS, PAD e IMC (p<0,0001) e maiores prevalências de HAS, S/O (p<0,01) nas três avaliações; 2) Em A2, o GH apresentou maiores médias de insulina, HOMA-IR, Apo B100 e menores médias de HDL-c (p<0,04); em A3, maiores médias da CA (p<0,0001), de insulina, HOMA-IR e leptina (p<0,03) e de CA aumentada, insulina aumentada e SM (p<0,03); 3) Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos para as variáveis inflamatórias, moléculas de adesão, elementos do sistema de coagulação e para VOP; 4) PA e IMC na adolescência se correlacionaram com PA (p<0,0001), com variáveis antropométricas (p<0,0001) e metabólicas (p<0,04) no adulto jovem; a variação positiva da PAS, da PAD e do IMC se correlacionaram com a PA (p<0,0001), com as variáveis antropométricas (p<0,0001), lipídicas (p<0,03), PCR-us (p<0,007), E-selectina (p<0,001) e com a VOP (p<0,001) no adulto jovem. 5) Na análise de regressão logística o IMC em A1 (odds ratio 1,549; IC95%: 1,244-1,927; p<0,001) e a variação do IMC A1->A3 (odds ratio 1,304; IC95% 1,108-1,535; p<0,001) determinaram maior risco de SM em A3; 6) Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos para as frequências dos diferentes genótipos e haplótipos. Em conclusão: A PA na adolescência foi capaz de identificar um grupo de adultos jovens com pior perfil de risco cardiovascular na fase adulta jovem, para os quais medidas de prevenção devem ser estabelecidas desde fases precoces da vida.