Interpretando o Holocausto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Peixoto, Fernando Peres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12458
Resumo: O Holocausto se tornou um tema acadêmico pelas mãos de Hannah Arendt; "As origens do totalitarismo", publicado em 1951, delimitou a reflexão sobre o tema postulando a originalidade de uma ordem política desconhecida da tradição e do pensamento político clássico. O nazismo e o comunismo eram a evidência empírica de uma nova temporalidade, onde o passado, ou a história como mestra da vida no sentido dado ao termo por Maquiavel, era incapaz de lançar qualquer luz sobre o presente. A tragédia dos judeus ela analisou com os olhos de Alexis de Tocqueville e seu modelo de interpretação da revolução francesa, levando-a a arguir para Israel uma condição similar àquela dos aristocratas no Antigo Regime. A nobreza e a judiaria, como a maior parte das vítimas dos soviéticos, foram exterminadas apesar de efetivamente serem impotentes politicamente; o terror como meio de governar suprimiu a antiga distinção de amigo e inimigo e instaurou a ideologia como critério de escolha das vítimas. Curiosamente os críticos de Hannah Arendt e os estudiosos da Shoah - ou a solução final da questão judaica, o jargão nazista para o extermínio - desconheceram a apropriação do paradigma de Tocqueville pela filósofa alemã e a sua assertiva enfática em afirmar a condição única na história dos procedimentos insanos de bolcheviques e nacional-socialistas. Tentaremos aqui preencher este hiato pelo recurso aos estudos antropológicos mostrando ser o assassinato dos mais fracos e impotentes um recurso natural quando os interditos culturais se esboroam, quando a guerra de todos contra todos se torna uma realidade.