Correlação entre composição corporal, alterações metabólicas e inflamatórias em mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cavalcante, Rebeca Bandeira de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23459
Resumo: O acúmulo de gordura central e o excesso de gordura ectópica podem estar relacionados à elevação do risco cardiometabólico em mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Neste estudo transversal, comparamos a composição corporal, com foco na deposição ectópica de gordura intra-abdominal, hepática e epicárdica, de portadoras de SOP e controles saudáveis pareadas por índice de massa corporal (IMC), explorando suas correlações com parâmetros hormonais, metabólicos e inflamatórios. Adicionalmente, avaliamos a eficácia diagnóstica e os pontos de corte da espessura do tecido adiposo epicárdico (ETAE) e da medição da esteatose hepática na predição do excesso de tecido adiposo visceral (TAV). Setenta e duas mulheres (35 com SOP e 37 controles), com idades entre 18 e 39 anos e IMC <35 kg/m², foram incluídas. Analisamos perfis hormonais e metabólicos, biomarcadores inflamatórios (fator de necrose tumoral-alfa e interleucina-6), antropometria, incluindo o cálculo do produto de acumulação lipídica (LAP) e do índice de adiposidade visceral, distribuição de gordura corporal através de absorciometria por raios X de dupla energia (DXA), além de elastografia transitória (ET) com parâmetro de atenuação controlada (CAP) e ecocardiografia transtorácica para medição de gordura hepática e epicárdica, respectivamente. As mulheres com SOP apresentaram níveis mais elevados de androgênios, de marcadores de resistência à insulina (RI), de lipoproteína de baixa densidade e de triglicerídeos em comparação com o grupo controle. Apesar de apresentarem massa gorda (MG) total semelhante, as mulheres com SOP exibiram uma deposição maior de MG no tronco e na região intra-abdominal, além de maior ETAE. Tanto a MG no tronco quanto o TAV associaram-se com os parâmetros de RI, índices e medidas antropométricas. Entre os parâmetros antropométricos, o LAP demonstrou ser uma ferramenta superior para a avaliação clínica da deposição central de gordura e disfunção metabólica. A ETAE correlacionou-se inversamente com a lipoproteína de alta densidade, enquanto o TAV apresentou correlação positiva com triglicerídeos. Nas SOP entre 18-29 anos, os melhores pontos de corte do CAP e da ETAE para identificar a presença de TAV foram 198.0 dB/m e 3.07 mm, respectivamente, com a área sob a curva (AUC) do CAP superando a da ETAE. Nas SOP entre 30-39 anos, os valores de corte para CAP e ETAE foram 209.5 dB/m e 3.36 mm, sendo a AUC da ETAE superior à do CAP. Nossos resultados sugerem que a RI está mais intimamente relacionada ao depósito central/visceral de gordura do que androgênios ou citocinas pró-inflamatórias em portadoras de SOP, e que o TAV associa-se a mais desordens metabólicas do que o CAP ou a ETAE. A medida do CAP foi superior para triar TAV em mulheres com SOP em idade reprodutiva e mais jovens (18-29 anos), enquanto a medida da ETAE demonstra aplicabilidade semelhante, mas naquelas entre 30 e 39 anos.