Trajetórias de vida de mulheres negras e suas colaborações para (re)Educação das relações étnico-raciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cruz, Cláudia Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica - CAp UERJ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16434
Resumo: A presente dissertação versa sobre as trajetórias de vida de mulheres negras que atuam na Educação, conscientes da própria identidade racial e da luta antirracista, na expectativa de verificar se o processo de escolarização contribuiu para ascensão social destas, se diminuiu as opressões ou se de alguma forma deu aparato para combatê-las e motivar novas trajetórias. Para tanto, partimos do entendimento da raça como uma construção sócio histórica, analisando os entraves e avanços na trajetória da população negra e compreendendo o racismo a partir das contribuições de Almeida (2018) que o destaca como estrutural e estruturante, visto que a organização da sociedade corrobora para a perpetuação do status quo. Visando galgar novas epistemologias, dialogamos com pesquisadores da perspectiva teórica Modernidade/Colonialidade (MC), como Quijano (2005) e Bernardino-Costa e Grosfoguel (2016), e também, com feministas negras como hooks (2017) e Ribeiro (2017) para ressaltarmos a educação decolonial e o pensamento feminista negro como motivadores para o alcance de uma nova forma de pensar a sociedade e a dinâmica das relações sociais, e assim propomos inserir mulheres negras na categoria de formadoras de saberes que instigam a (re)Educação das relações étnico-raciais, o que é de grande valia para a população negra, mas também fundamental para o conjunto da sociedade, visto que o racismo e as demais opressões atingem a todos e não somente aos que estão na ponta receptiva dos processos desumanizantes. Através das narrativas das profissionais da educação entrevistadas verificamos a importância de a representatividade estar atrelada ao lugar social e ao lugar epistêmico para não contradizer a luta antirracista. E também constatamos os impactos acerca das visões de mundo e das visões sobre a escola de Renata, Mônica e Edna a partir de suas experiências. Repensamos a função da escola diante das exclusões estruturais que a atinge, a partir das colaborações das mulheres negras entrevistadas e dos diálogos com Gomes (2008 e 2012) que destaca a necessidade da descolonização dos currículos, Candau (2008) e Zeichner (2008) que nos remetem a reflexões acerca do respeito aos direitos humanos e justiça social, respectivamente. Por fim, concluímos que mulheres negras são potentes, histórias de vida ensinam e corroboram para o bem de todos, negros e não negros.