Estudo sobre a viabilidade de incorporação do lodo de estação de tratamento de água no substrato para produção de espécies nativas da Mata Atlântica (Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cruz, Cleonice Lucia Barbosa Mattos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Engenharia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11096
Resumo: O lodo é o principal resíduo de uma estação e tratamento de água (ETA) e sua destinação inadequada pode acarretar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Diversas alternativas de disposição do lodo de ETA podem ser empregadas e principalmente alternativas que permitam a valorização de resíduos como matéria-prima. Neste trabalho foi avaliada a incorporação do lodo de ETA no substrato para produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. O lodo utilizado no experimento é proveniente da ETA Porto das Caixas, localizada no município de Itaboraí/RJ. Já o viveiro florestal localiza-se no município de Magé/RJ e ambos são operados pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE). Foram utilizadas as espécies Schinus terenbinthifolius (Aroeira Pimenteira) e Pterocarpus violaceus (Aldrago). Atualmente o viveiro utiliza no substrato 50% de lodo proveniente de estação de tratamento de esgoto (ETE) e 50% de um solo adquirido comercialmente. O objetivo do presente trabalho foi a substituição do solo comercial pelo lodo de ETA. Para isso foram produzidos percentuais de lodo de ETA com percentuais de lodo de ETE. O primeiro traço, traço testemunho (T1), corresponde ao utilizado no viveiro, os demais possuem as seguintes composições: T2 com 100% de lodo de ETA, T3 com 75% de lodo de ETA e 25% de lodo de ETE, T4 com 50% de lodo de ETA e 50% lodo de ETE, T5 com 25% de lodo de ETA e 75% lodo de ETE e T6 com 100% lodo de ETE. Algumas análises foram realizadas para verificação da possibilidade de incorporação do lodo da ETA. Analisando os resultados verificou-se que é possível incorporar o lodo de ETA para produção de mudas, porém a composição do traço é primordial para a utilização. O traço que apresentou melhores resultados foi o traço T5, pois foi o único que alcançou 100% de sobrevivência e maiores taxas de crescimento em relação à altura e ao diâmetro do coleto, assim como o maior Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Um fator limitante verificado para o uso do lodo em produção de mudas é o teor de umidade que está diretamente relacionado à quantidade de lodo de ETA incorporado ao traço. Quanto maior o teor de umidade mais difícil é a trabalhabilidade dos traços, o que afeta a produção nos viveiros florestais. Foi verificado que os traços com maior porcentagem e lodo de ETA não possuem nutrientes suficientes para a produção das mudas, visto que as concentrações de nutrientes como Cálcio e Fósforo necessários para crescimento das mudas, ficaram abaixo das concentrações encontradas no lodo de ETE. Em relação aos benefícios econômico e ambiental, verificou-se que é possível evitar o uso anual de aproximadamente 7.500 m3 de solo, gerando uma economia na compra desse material de aproximadamente R$ 432 mil reais ao ano. Considerando o volume de lodo de ETA que deixaria de ser disposto em aterro sanitário, seria possível obter uma economia anual acima de R$ 290 mil. Assim, de maneira global, a economia anual para a produção de mudas atualmente poderia ser superior a R$ 720 mil reais. Desta forma o trabalho contribui com uma importante ferramenta de gestão do lodo gerado em estações de tratamento de água, que até os dias atuais ainda apresenta deficiência na destinação ambientalmente adequada.