BBC News Brasil: a reinvenção do “soft power” no jornalismo multiplataforma, no limiar das notícias de ‘interesse público’ e do ‘interesse do público’
| Ano de defesa: | 2021 |
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| Autor(a) principal: | |
| Orientador(a): | |
| Banca de defesa: | |
| Tipo de documento: | Dissertação |
| Tipo de acesso: | Acesso aberto |
| Idioma: | por |
| Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
| Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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| Departamento: |
Não Informado pela instituição
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| País: |
Não Informado pela instituição
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| Palavras-chave em Português: | |
| Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16656 |
Resumo: | No início dos anos 2000, a BBC News passou por transformações e substituiu o rádio pela internet como principal meio para a expansão do Serviço Brasileiro de notícias. Essa dissertação investiga o crescimento da BBC no Brasil via internet, as estratégias adotadas pela organização, em um contexto de crise para o jornalismo, de emergência das plataformas digitais e de enfraquecimento de grupos de mídia locais. De 2018 a 2020, o Digital News Report do Reuters Institute for the Study of Journalism apontou a BBC News como um dos veículos online mais acessados pelos brasileiros. Em 2018, ano eleitoral e objeto dessa dissertação, a marca britânica quintuplicou o número de acessos únicos no país em relação a 2013: 25,9 milhões de acessos únicos. Para se aproximar da audiência brasileira, a BBC buscou enquadramentos ou recortes da notícia diferenciados ao da mídia brasileira em sua cobertura jornalística. Devido à concentração do mercado de mídia no país, fechou parcerias com os principais portais de notícias, como UOL, Terra e IG como ‘portas de entrada’ para expandir seu conteúdo internet, e não cobrou pelo acesso ao site. Na segunda década dos anos 2000, as redes sociais e mecanismos de busca, como o Google, somaram-se aos parceiros estratégicos. A metodologia dessa dissertação consiste em pesquisa bibliográfica, documental sobre a BBC, pesquisa das teorias do jornalismo, da Economia de Mídia e da Economia Política da Comunicação acerca das profundas transformações no ecossistema midiático global, além de leitura crítica das notícias. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com jornalistas que ocupam posições-chave na BBC News Brasil e com o jornalista Américo Martins, atual vice-presidente de Conteúdo da CNN Brasil, e que inaugurou a redação brasileira da BBC, em 2006, em São Paulo. Os resultados da pesquisa indicam um conflito estrutural em relação ao modelo original de mídia pública da BBC e sua expansão na internet. A BBC procura reinventar o ‘soft power’ britânico no século XXI em uma operação de jornalismo multiplataforma. No Brasil, opera em um sistema público-comercial e apresenta um noticiário híbrido na internet, em que procura informar e entreter, com notícias de interesse público, mas também cede às estratégias de infotenimento, como os fait-divers, técnicas de caça-cliques e o buzzfeed (listas), recursos comuns no jornalismo online para atrair o interesse do público. As receitas comerciais obtidas com contratos com parceiros e publicidade (em torno de 25%) são geridas pela matriz e não pagam a operação, que depende majoritariamente de financiamento público dos britânicos. Em termos de audiência total, entre 55% e 60% da audiência ainda vem via parceiros da mídia brasileira, mas este percentual vem caindo gradativamente. Hoje, de 50 a 65% da audiência direta no site da BBC no Brasil se dá via mecanismos de buscas, como o Google, por exemplo, e cerca de 10% via mídias sociais. Note-se que este último percentual já foi mais significativo, mas caiu à metade em 2019, devido a uma mudança da norma algorítmica no Facebook. |