O papel da obesidade sobre o recrutamento de células-tronco mesenquimais da medula óssea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Agatha de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17591
Resumo: Nosso grupo demonstrou que a obesidade induzida por dieta hiperlipídica promove um microambiente pró-inflamatório na medula óssea, o qual é responsável pelo comprometimento das células-tronco mesenquimais (CTMs) para um fenótipo pró-adipogênico (Silva et al., 2016). No entanto, não está claro se a obesidade afeta o recrutamento destas células para diversos tecidos. Neste estudo, avaliamos o papel da obesidade induzida por dieta hiperlipídica no recrutamento de CTMs isoladas da medula óssea. Camundongos C57Bl/6J com 21 dias de vida foram mantidos sob dieta hiperlipídica (45% de Kcal provenientes de gordura) por 16 semanas (grupo HFD). O grupo controle (grupo CHOW) consiste de animais que receberam dieta normolipídica durante o mesmo período. Os animais do grupo HFD apresentaram um aumento da massa corporal, maior consumo de ração e um aumento do percentual de gordura corporal com consequente diminuição da massa magra. Além disso, foi observada uma maior glicemia de jejum e insulinemia, acompanhados de intolerância à glicose e à insulina. A análise do tecido adiposo epididimal mostrou um aumento da massa e a presença de adipócitos hipertróficos, além de um aumento na secreção de leptina e IL-10 no sobrenadante deste tecido. Na caracterização das CTMs, não foram observadas alterações na expressão dos marcadores de superfície, nem na diferenciação adipogênica de CTMs entre os grupos, no entanto as células isoladas do grupo HFD apresentaram uma maior capacidade proliferativa quando comparadas ao grupo CHOW. A obesidade induziu um aumento na frequência das CTMs no sangue dos animais, porém não observamos diferença no conteúdo dessas células no tecido adiposo epididimal. A obesidade promoveu um aumento na migração (in vitro) das CTMs na ausência do estímulo quimiotático. O SDF-1α (estímulo quimiotático-10nM) não foi capaz de induzir a quimiotaxia das CTMs no grupo HFD. Em relação a via de sinalização envolvida na migração, não foram observadas alterações na expressão do receptor de SDF-1α, o CXCR4, porém evidenciamos um aumento da ativação da via PI3K/AKT e na polimerização do citoesqueleto de actina nas CTMs isoladas dos animais obesos. Finalmente, não foram detectadas alterações na expressão gênica de SDF-1α nos tecidos adiposos epididimal e subcutâneo entre os grupos. Até o momento, nossos dados sugerem que a obesidade induzida por dieta hiperlipídica promove um quadro de resistência à insulina, independente da presença de metainflamação. Além disso, a obesidade promove um perfil mais migratório das CTMs isoladas da medula óssea, contudo não altera a frequência dessas células no tecido adiposo epididimal. (Protocolo n° CEUA: 024/2017)