Avaliação fitoquímica e atividade antioxidante, antileucêmica e imunomoduladora de Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Caxito, Marina Letícia do Carmo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7898
Resumo: A incidência crescente de doenças crônicas e câncer encontra-se relacionada com a má alimentação, além do alto nível de estresse, sedentarismo e envelhecimento. Neste sentido, os alimentos funcionais e nutracêuticos podem contribuir para a melhoria da qualidade e expectativa de vida. No Brasil, a espécie Xanthosoma sagittifolium (taioba), apresenta importante qualidade nutricional, porém é ainda subutilizada. O objetivo deste trabalho foi estudar a ação antioxidante, antileucêmica e imunomoduladora in vitro do extrato hidroetanólico de folhas de Xanthosoma sagittifolium (EFXs) e suas frações, e a fitoquímica das amostras mais ativas. A ação antioxidante foi avaliada por ensaios colorimétricos e detecção de EROs pela sonda DCFH. A citotoxicidade foi avaliada pelo teste do MTT sobre linhagens celulares leucêmicas (K562 e Jurkat), de tumores sólidos (MCF-7, A549, PC-3), e células não tumorais (macrófagos RAW 264.7, fibroblastos NIH-3T3 e esplenócitos murinos). Também foram avaliados a apoptose (anexina-V-FITC), o ciclo celular (iodeto de propídio) e a produção de óxido nítrico (reação de Griess), além das subpopulações de linfócitos (anticorpos específicos fluorescentes) e expressão da proteína p21 (citometria de fluxo). Os níveis de mRNA de Bax e Ciclina A foram analisados por qPCR. O EFXs e suas frações hexânica (FHex), diclorometânica (FDCM), acetato de etila (FAcEt) e aquosa (FAq) foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência, cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas e/ou espectrometria de massas com ionização por electronspray. O EFXs e a FAcET apresentaram alta neutralização do DPPH (63,8% e 70,5%, respectivamente, a 1 mg/mL), enquanto o EFXs, FAcET e a FAq reduziram a peroxidação lipídíca (55,8%, 61,7% e 57,2%, respectivamente) e todas as amostras foram capazes de quelar íons ferrosos (>90%, a 1 mg/mL). Somente o EFXs reduziu os níveis intracelulares de EROs em células RAW 264.7 (77,8%, a 50 μg/mL), sem causar citotoxicidade. O EFXs (IC50 = 95,46 μg/mL) e a FHex (IC50 = 118 μg/mL) mostraram baixa atividade, sendo este efeito aumentado na FDCM (IC50 = 63,1 μg/mL). Tanto o EFXs quanto a FDCM inibiram a proliferação de células Jurkat, reduzindo as células nas fases S e G2/M, e aumentando em Sub-G1 (85,9% e 56%, respectivamente), indicando associação com morte celular. Tais efeitos foram observados tanto na presença de redução do mRNA de ciclina A (FHex e Acido palmítico- AP) quanto aumento (FDCM). No entanto, a expressão de p21 foi aumentada pelo EFXs, FHex e FDCM em aproximadamente cinco vezes, além do AP, o que pode estar relacionado à indução de apoptose (aumento de células Anexina-V+). O nível de mRNA de Bax não foi alterado pelo tratamento com EFXs, FHex ou AP, e foi reduzido pela FDCM. O EFXs, FHex e FDCM inibiram a produção de NO (26,5%, 40,8% e 43,5%, respectivamente), TNF-α (40%, 22,5% e 26,4%, respectivamente), IL-10 (27,5%, 34,9% e 58,4%, respectivamente) e IL-1β (51,8%, 57,4% e 42,5%, respectivamente) por macrófagos RAW 264.7. Adicionalmente, o EFXs aumentou o percentual de linfócitos T CD8+ totais (46%) e de T CD8+CD69+ (ativos) (48%). O EFXs, FAcEt e FAq apresentaram diglicosídeos de apigenina (flavona) como compostos majoritários, enquanto nas frações apolares o ácido palmítico foi majoritário, os quais devem estar contribuindo para os efeitos observados. O EFXs e suas frações não apresentaram toxicidade in vitro para células não tumorais. As folhas de taioba podem ser consideradas importantes fontes de compostos com ação imunomoduladora, antioxidante e antileucêmica, potencialmente benéficos para a manutenção da saúde e prevenção de doenças