“A batucada que se espalha nesse chão”: narrativas docentes, samba e educação antirracista São Gonçalo 2021

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moreira, Phellipe Patrizi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19701
Resumo: O samba, enquanto um dos principais baluartes da cultura afro-brasileira, fundamentou o meu processo de vida e formação: seja enquanto professor da Educação Básica seja como pesquisador acadêmico e folião dos desfiles das escolas de samba cariocas. Nesse sentido, tornou-se hermético tentar dissociar cada uma dessas áreas, pensar o quanto uma pode ter influenciado na outra e notar as possíveis suas similitudes entre elas, ao ponto de me apresentar como um professor-pesquisador-carnavalesco. Na busca de compreender esta trajetória, foi a partir do diálogo e da escuta ritmada com três professoras das infâncias da rede pública municipal do Rio de Janeiro, que pude ressignificar as práticas docentes, teorizar o vivido no ambiente escolar e pensar alternativas outras para uma educação antirracista assentada nas matrizes do samba. Para fazer circular tais valores e ver a batucada se espalhar pelo chão da escola, o samba não se torna o abre-alas da experiência pedagógica, se antes não houver uma postura combativa ao racismo e na defesa da diversidade, ancestralidade e da representatividade com um dos princípios orientadoras da proposta da instituição escolar. A partir das narrativas das professoras-pesquisadoras-carnavalescas, pude compreender que, quando se há uma perspectiva educativa de valorização da cultura afro-brasileira e dos saberes da comunidade, onde se situa a instituição, o samba pode contribuir para malandrear as estruturas hegemônicas da educação e dar o tom para compor repertórios negros em salas das aulas carnavalizantes. Entretanto, na ausência de tais preceitos, o racismo estrutural não é posto na encruzilhada a fim de problematizar epistemologicamente como ele pode minar a autoestima das crianças negras, seus sonhos e perspectivas de vida.